Até o final deste ano, 4,94 milhões de meninas com idade entre 9 e 11 anos devem ser vacinadas contra o Papiloma Virus Humano (HPV). As doses estão disponíveis gratuitamente nas salas de imunização de todo o Brasil. O Ministério da Saúde recomenda, ainda, que os municípios promovam a vacinação nas escolas.
A vacina distribuída no Sistema Único de Saúde (SUS) é do tipo quadrivalente, que protege contra quatro tipos de HPV: 6, 11, o 16 e o 18. Dois deles (o 6 e o 11) respondem pelo aparecimento de 90% das verrugas genitais. Os outros dois (o 16 e o 18) estão relacionados com 70% dos casos de câncer de colo de útero.
O câncer de colo de útero tem alta incidência entre as mulheres. “Temos a melhor vacina contra o HPV, ela é extraordinária”, afirma a coordenadora do Comitê Científico de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marta Heloísa Lopes.
Vacina contra HPV no mundo
Conforme o Ministério da Saúde, atualmente, a vacina já vem sendo utilizada em 50 países. Estima-se que 175 milhões de adolescentes em todo o mundo já foram imunizadas. No Brasil, já foram mais de 2 milhões desde o ano passado, quando começou a campanha.
Cada adolescente precisa tomar três doses da vacina contra o HPV para completar a proteção. A segunda dose deve ser tomada seis meses depois da primeira, e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose.
A prevenção também envolve o exame Papanicolau, que identifica possíveis lesões precursoras de câncer. Com o diagnóstico e a intervenção terapêutica precoces, é possível evitar o desenvolvimento da doença.
O Ministério da Saúde acredita que a combinação de vacinação com o teste preventivo, feito a partir dos 25 anos, permitirá que as garotas vacinadas nesta campanha se tornem a primeira geração livre do risco de morrer por câncer de colo de útero.
Segurança da vacina contra HPV
Há registros de meninas que se queixaram, dias após receberem a vacina contra o HPV, de sintomas como mal-estar e cefaleia, entre outros. Mas, depois de exames médicos, foram liberadas. Entretanto, três delas retornaram, com relato de sintomas mais acentuados, voltando à internação hospitalar para observação.
Até o momento, os exames feitos não mostraram anormalidades. Os especialistas garantem que a vacina é segura e não há motivos para alardes em virtude de tais intercorrências.
“A vacina é segura, ao contrário das suspeitas levantadas devido a esses casos. No primeiro semestre, durante a primeira dose, não houve problemas. O único sintoma que podemos relacionar é o desmaio em consequência da dor local. Por essa razão, a vacina deve ser aplicada com a menina deitada ou sentada, seguida de observação por 15 minutos”, esclarece a Marta Heloísa Lopes.
As reações mais comuns à vacina de HPV são dor, inchaço e vermelhidão local. Sintomas como febre, mal estar e cefaleia também são relatados. Segundo Marta, a vacina é muito semelhante à da Hepatite B. “As duas são obtidas por meio de engenharia genética, um dos modos mais seguros que existe”, destaca.
A coordenadora salienta que estudos em países que adotaram a imunização há mais tempo mostram que os riscos de ocorrerem reações são parecidos com os de outras vacinas já integradas no calendário vacinal.
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