Vivemos em um mundo globalizado. Estamos em constante contato com nossos amigos que estão em qualquer parte do mundo. As distâncias se encurtaram. Amigos que não vemos há muito tempo podem saber da nossa vida sem ao menos trocar uma palavra conosco. Basta olhar as atualizações das nossas páginas de sites de relacionamentos. Basta colocarmos, como a grande maioria das pessoas hoje, a nossa vida em uma “vitrine virtual”. Estranho é quem não coloca e não o contrário, não é mesmo?!
Virtualidades e modernidade
As redes de relacionamentos virtuais estão aí para provar isso. Parece que existe uma imposição em massa para nos mostrarmos em rede. Nos exibirmos. Estarmos constantemente em uma vitrine.
Com isso, diante dessa “ditadura virtual”, aprendemos a relacionar que é o casal que não se declara em publico que pode soar estranho, ou em crise, ou até mesmo pouco apaixonado. Diferente daquele que, apesar de morar embaixo do mesmo teto, está em constante exibição na rede de seu imenso amor, através de constantes declarações.
Isso pode fazer com que “fantasias” sejam criadas em nossas mentes, fantasias e ideias de que eles se amam muito e que vivem muito bem. Não é mesmo? Assim, o contrário também se dá. O casal que não tem esse costume pode parecer esquisito ou parecer que não se ama tanto assim né… enfim… construções e ideias de uma realidade muito evidente que existe hoje.
Vitrines da vida
Quando uma vitrine de uma loja é produzida ela tem o intuito de mostrar o que há de melhor e mais mais bonito na loja, com o objetivo de atrair pessoas para a compra. Coloca-se a vista, a mostra os seus melhores produtos. Muitas das vezes isso acontece nas redes virtuais. As vezes tenho a sensação de ver vidas e mais vidas expostas em uma vitrine o tempo todo.
Mostra-se o sucesso, o casamento maravilhoso, as viagens constantes, os restaurantes frequentados, etc. Outro dia ouvi um palestrante dizer que começou a ficar angustiado ao olhar o Facebook de alguns amigos e perceber como eles eram tão felizes e como ele estava mal se comparando a eles. Aí ele disse que,quando foi ao seu próprio perfil viu que ele também era muito feliz! Tão feliz quando os outros!
Nem sempre o exposto condiz com a realidade. Ali colocamos o que queremos. E não estou falando contra o uso dessas redes, acho que em alguns casos elas são muito úteis, estou questionando a exibição exacerbada da nossa vida privada. Se é que ainda podemos falar em privacidade nos dias de hoje, onde nossa vida é pública e exposta em vitrines bem decoradas.