Se você tem um transtorno de personalidade pode vivenciar sentimentos muito fortes que o levam a agir de uma forma que não é possível controlar. Aqueles que apresentam transtorno de personalidade Borderline costumam sentir-se como se estivessem em uma montanha-russa.
E não apenas sobre suas emoções ou relacionamentos, mas também quanto ao próprio senso de quem realmente são.
Características do transtorno de personalidade Borderline
A principal característica do transtorno de personalidade Borderline (limite, em tradução livre do inglês) é um padrão invasivo de instabilidade em relações interpessoais, autoimagem e emoções. Quem sofre com ele geralmente também é bastante impulsivo e demonstra, muitas vezes, comportamentos auto-agressivos. Normalmente se manifesta na vida adulta.
As pessoas que o possuem são muito sensíveis às condições ambientais. A percepção da separação iminente ou rejeição, a perda de estrutura externa, todos são fatores capazes de levar a mudanças profundas na autoimagem, afetando cognição e comportamento.
Quem sofre com esse transtorno costuma experimentar intensos temores de abandono e raiva inadequada quando confrontados com uma separação por tempo limitado ou quando há mudanças inevitáveis nos planos, por exemplo.
O nível de morbidade psicossocial e suicídios associado a esse transtorno é tão grande ou maior do que a experimentada por pacientes com transtorno bipolar, de acordo com um estudo publicado no British Journal of Psychiatry.
Da mesma forma que bipolares, quem tem Borderline também sofre com depressão, transtornos de ansiedade, abuso de substâncias, distúrbios alimentares e comportamentos suicidas.
Essas doenças mentais concomitantes muitas vezes têm sintomas que se sobrepõem. Desse modo fica bastante difícil de reconhecê-los quando os pacientes os apresentam em conjunto.
Causas e tratamento
A ciência ainda não sabe com exatidão o que causa o transtorno de personalidade Borderline, mas há muitas teorias a respeito. Grande parte dos profissionais acredita que está diante de um modelo biopsicossocial de causalidade – ou seja, as causas são provavelmente um conjunto de fatores biológicos e genéticos, sociais e psicológicos.
Isso sugere que nenhum fator isoladamente é o responsável. Pelo contrário, é a natureza complexa e entrelaçada de todos eles que seriam capazes de disparar o distúrbio. Como a genética está envolvida, pesquisas indicam que há risco ligeiramente aumentado de que a doença seja transmitida para futuras gerações.
Um estudo da Universidade de Missouri, Estados Unidos, descobriu que o material genético do cromossomo 9 estava ligado a características desse transtorno. Essa alteração parece afetar o bom funcionamento das vidas cerebrais das funções comportamentais de processamento de informação, emoção, controle de impulsos e atividade cognitiva, bem como de percepção e raciocínio.
Para tratar esse transtorno é preciso recorrer a psicoterapia com experiência específica nele. A terapia comportamental dialética é um exemplo, baseando-se no conceito de atenção plena ou atenção para a emoção presente. Ela ensina a como controlar emoções intensas, reduzir comportamentos autodestrutivos, gerencias angústias e melhorar relações.
Os medicamentos não são capazes de curar esse problema, mas podem ajudar a tratar transtornos subjacentes – como depressão, impulsividade e ansiedade. Mudanças de hábitos também auxiliam bastante – exercício físico regular, bons hábitos de sono, dieta nutritiva e gestão do estresse saudável. Com isso, você é capaz de reduzir sintomas comuns, como alterações de humor, comportamento impulsivo e irritabilidade.
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