Exercícios

Como tratar um estiramento muscular?

Por Mayara Pinheiro 26/02/2014

fisioterapia

 

 

 

 

 

 

 

Sabia que as lesões musculares são a causa mais frequente de incapacidade física na prática esportiva? Estima-se que 30 a 50% de todas as lesões associadas ao esporte são causadas por lesões de tecidos moles.

Entenda um pouco sobre o mecanismo de uma lesão muscular

As lesões musculares podem ocorrer por diversos mecanismos, seja por trauma direto, laceração ou isquemia. Após a lesão, inicia-se a regeneração muscular, com uma reação inflamatória, entre 6 e 24 horas após o trauma. O processo de cicatrização inicia-se cerca de três dias após a lesão, com estabilização em duas semanas. A restauração completa pode levar de 15 a 60 dias para se concretizar.

As principais causas de lesão são o treinamento físico inadequado, a retração muscular acentuada, desidratação, nutrição inadequada e a temperatura ambiente desfavorável.

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Estiramento muscular

A maior parte das lesões é classificada como estiramento muscular. Esta é classificada como lesão muscular indireta, pois a energia do trauma não ocorre diretamente na área muscular que se encontra anatomicamente alterada. É causada por um alongamento das fibras musculares, além do seu estado fisiológico, ou pode ser resultante de uma contração muscular excêntrica em determinado movimento esportivo, como, por exemplo, o movimento de contração dos isquiotíbiais que molduram a contração concêntrica do quadríceps durante um chute no futebol. O local mais acometido é a junção miotendínea ou a região distal do ventre muscular.

 

 

Classificações de um estiramento muscular

  • Grau I – é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (lesão em menos de 5% do músculo). A dor é localizada em um ponto específico, surge durante a contração muscular contra-resistência e pode desaparecer no repouso. O edema pode estar presente, mas, geralmente, não é notado no exame físico. Ocorrem danos mínimos, a hemorragia é pequena, a resolução é rápida e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida.
  • Grau II – O número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores (a lesão atinge entre 5% e 50% do músculo). São encontrados os mesmos achados da lesão de primeiro grau, porém com maior intensidade. Acompanha-se de: dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais exuberante e diminuição maior da função. O tratamento do problema é mais lento.

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  • Grau III – Esta lesão geralmente ocorre desencadeando uma ruptura completa do músculo ou de grande parte dele (lesão atinge mais de 50% do músculo), resultando em uma grave perda da função com a presença de um defeito palpável. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva. O edema e a hemorragia são grandes. Dependendo da localização do músculo lesionado em relação à pele adjacente, o edema, a equimose e o hematoma podem ser visíveis, localizando-se geralmente em uma posição distal à lesão devido à força da gravidade que desloca o volume de sangue produzido em decorrência da lesão. O defeito muscular pode ser palpável e visível.

 

 

Tratamento

Como tratar um estiramento muscular?  O tratamento é dividido em duas fases: a fase aguda e a pós fase aguda.

  • Fase aguda: PRICE (Proteção, Repouso, Gelo – Ice, Compressão e Elevação), uso de anti-inflamatórios, ultra-som, laser.
  • Fase pós aguda: nesse momento inicia-se a recuperação do movimento ativo, com carga que não produza dor e muito exercícios de alongamentos.

      1. Treinamento isométrico (ie. contração muscular em que o comprimento do músculo se mantém constante e a tensão muda) pode ser iniciado sem o uso de pesos e posteriormente com o acréscimo deles. Especial atenção deve ser tomada para garantir que todos os exercícios isométricos sejam realizados sem dor.

     2. Treinamento isotônico (ie. contração muscular em que o tamanho do músculo muda e a tensão se mantém) pode ser iniciado quando o treino isométrico for realizado sem dor com cargas resistidas.

     3. O exercício isocinético com carga mínima pode ser iniciado uma vez que os dois exercícios anteriores sejam realizados sem dor.

A evolução do tratamento deve obedecer a uma avaliação diária da dor, amplitude do movimento, força muscular e a sensação subjetiva do paciente.

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