Diversos tratamentos existentes atualmente têm como base ou pelo menos sofreram alguma influência de pesquisas da linha ortomolecular. Entenda melhor!
Para iniciar a minha participação aqui no site Fortissima.com.br, quero apresentar minhas opiniões a respeito da Ortomolecular, um pensamento que amo e defendo há muitos anos e sobre o qual muito se fala, mas pouco se sabe de fato. A ortomolecular é uma conduta que tem por objetivo promover o equilíbrio bioquímico do organismo. O pai deste termo foi Linus Pauling, que receberu por duas vezes o prêmio Nobel. É óbvio que esta meta só poderá ser plenamente alcançada daqui a muitos anos, mas já somos capazes de gerar diversas melhorias à saúde.
O tratamento envolve:
– Revisão dos hábitos de vida, com a adoção de atitudes mais saudáveis;
– Atenção aos aspectos psíquicos da vida, sendo estes de extrema importância para a plena saúde;
– Cuidados nutricionais, compreendendo que a boa alimentação é a base para uma saúde plena;
– Atenção à vida atlética do paciente, considerando que as atividades físicas orientadas são tremendamente positivas para suas vidas;
– Prescrição de medicações alopáticas, quando necessário, como qualquer médico;
– Prescrição de suplementos nutricionais para as mais variadas finalidades.
Influências da ortomolecular
A Ortomolecular vem gerando diversos resultados positivos ao longo dos anos já está muito presente na vida das pessoas, mesmo que elas não saibam. Veja abaixo tratamentos que foram introduzidos na medicina ou sofreram alguma influência (direta ou indireta), dos pesquisadores que internacionalmente se dedicam a esta forma de pensar a saúde:
– Reposição de flora intestinal após o uso de antibióticos;
– Ácido lipoico e ácido nicotínico vendidos como medicamentos alopáticos em farmácias;
– Omega 3 usado para diversas finalidades, como a redução do colesterol, por exemplo;
– O grande número de prescrições de vitamina D3 gerando resultados benéficos em diversas situações;
– A liberação de alguns suplementos nutricionais esportivos e sua evolução no país (ainda devagar, mas finalmente acontecendo).
Tudo isso foi atacado por muito tempo, mas hoje as evidências que suportam tais práticas cresceram tanto que não se consegue mais detratá-las. É importante lembrar que, como qualquer linha de pensamento, a ortomolecular é composta de pessoas que podem ter orientações morais variadas e, como em todas as áreas, há os bons e maus profissionais. Não coloquem todo mundo no mesmo balaio.
A Ortomolecular é, eminentemente, uma linha de trabalho médico-preventiva e complementar, podendo também ser a protagonista de diversos tratamentos. O médico que segue esta linha costuma envolver-se em empreitadas multidisciplinares e integrativas, respeitando a importância fundamental dos colegas nutricionistas, enfermeiros, fisioterapêutas, psicólogos, odontólogos, farmacêuticos, biólogos, terapêutas ocupacionais e quaisquer outros envolvidos no cuidado com a saúde das pessoas. Sabemos que a saúde só se desenvolve com o trabalho combinado de todos estes profissionais, fora os engenheiros, analistas de sistemas e tantos outros, de fora da área de saúde, que ajudam a mesma a se desenvolver.
Moda vem, moda vai, e o que fica é a idéia de que devemos cuidar da saúde para que a doença não se instale com tanta frequência e facilidade. Isso é Ortomolecular. Fica a idéia de que podemos fazer o corpo humano funcionar melhor, render melhor e envelhecer com mais saúde, perdendo menos funcionalidade com o tempo.
É importante destacar que a Ortomolecular não é estética, apesar de ajudar a melhorar a estética corporal. Ninguém ainda é capaz de rejuvenescer ninguém. Este termo, inclusive, irrita muito alguns dos nosso grandes pesquisadores nesta área, que compreendem que, o que realmente fazemos, é modular o processo de envelhecimento para que ele ocorra de forma mais suave. É só isso.
Só escrevi este post para deixar claro o que realmente é Ortomolecular. O que, hoje em dia, convencionou-se chamar de medicina anti-aging (anti-envelhecimento) no Brasil não é sinônimo de Ortomolecular e é importante que isso fique claro. Hormônios devem ser utilizados com extrema cautela. Utilizados corretamente, podem trazer muitos benefícios, mas isto nunca me fez prescrever um GH. Não que eu seja necessariamente contra, mas pelo fato de não me sentir totalmente convencido de dever fazê-lo.
Só para apontar:
– Sempre desconfie da opinião de um médico, que esteja criticando alguma coisa, se ele simplesmente fizer afirmações como “sobrecarrega seu fígado”, “sobrecarrega seus rins” ou “aumenta o risco de câncer”. Se ouvir afirmações deste tipo, pergunte o porquê. Sério. Faça isso mesmo. Não se intimide em perguntar. Se não houver resposta, ele te enrolar ou ficar irritado, saiba que, provavelmente, ele não tem opinião realmente estruturada sobre o tema. Se ele simplesmente disser que “não há estudos que comprovem”, pergunte como, em nome do que quer que seja, ele pode estar acompanhando todas as publicações de todos os artigos em todos os lugares do mundo ao mesmo tempo (a não ser que ele disponha de uma vasta meta-análise sobre o tema embaixo do braço);
– Questione as condutas de seu médico quando percebê-las estranhas. Peça para que ele as explique de uma forma que você entenda. Isso é obrigação dele;
– Procure confrontar opiniões e observe os profissionais que argumentam e os que simplesmente afirmam algo, dogmaticamente. Prefira quem raciocina e consegue expressar suas idéias;
– Não há problema algum em se tomar diversas pílulas ao longo de um dia, desde que devidamente prescritas. Não tenha preconceitos quanto a estas pequenas formas de te fazer ter uma grande saúde;
– Expresse seus limites ideológicos quanto ao uso de quaisquer medicamentos ou técnicas. Salvo em situações de urgência, o médico deve deixar claros os prós e contras de tudo pra você;
– Cuidado com os materiais divulgados em todas as mídias. Eles podem servir como valiosos alertas ou como perigosas barreiras para seu desenvolvimento;
– Não se esqueça que a ciência médica é algo em estágio de desenvolvimento muito modesto ainda. O que temos de fato são muitos modelos teóricos sobre muita coisa, com poucas certezas. Nenhum profissional de saúde será dono da verdade, nem para afirmar que sim, nem para afirmar que não. É necessário extremo bom-senso.
Comunique-se. Tire suas dúvidas. Busque quem se propõe a pesquisar e raciocinar, não necessariamente quem ocupa uma posição de suposta sabedoria ou destaque. Cuidado com os brios. Cuidado com as modas e as tendências.
E viva a saúde !
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