Você já ouvir falar do mosquito transgênico? Pois saiba que ele pode controlar a principal epidemia urbana brasileira: a dengue. O experimento já foi aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e consiste em mudar a genética do mosquito transmissor da dengue, impedindo a sua reprodução.
Mosquito transgênico é arma contra a dengue
O mosquito transgênico é o primeiro inseto modificado geneticamente liberado no país. Assim será possível controlar a população do Aedes aegypti selvagem. Veja neste artigo como funciona o uso do mosquito transgênico e como ele pode acabar com esta doença.
Como é produzido o mosquito transgênico
Produzido em laboratório, o mosquito transgênico macho passa a ter dois genes diferentes do Aedes aegypti original. Assim, as fêmeas, que vivem na natureza, cruzam com esses espécimes modificados e geram filhotes que não conseguem chegar à fase adulta. Deste modo, aos poucos, é possível acabar com a população de Aedes aegypti em determinada região.
Poucas pessoas sabem, mas somente as fêmeas conseguem transmitir a doença, já que são as únicas que picam os seres humanos. As fêmeas Aedes precisam de sangue para o amadurecimento dos ovos, já o macho consegue sobreviver apenas do consumo de frutas.
Mosquito transgênico não sobrevive
Durante os testes, cerca de 18 milhões de mosquitos transgênicos já foram liberados. Mas o grande questionamento da população é como garantir que estes mosquitos não possam vir a transmitir a dengue.
Especialistas alegam que isto não é possível, já que os machos nascidos em laboratório possuem genes com células desreguladas e são mantidos saudáveis graças a antibióticos. Assim, garantem a chegada do mosquito transgênico à fase adulta.
Depois de soltos, sem o antibiótico, eles não irão sobreviver, assim como seus filhotes, concebidos pelo cruzamento com fêmeas selvagens. Estes filhotes devem morrer já na fase de larva, já que possuem o mesmo problema genético e não terão o antibiótico.
Testes com o mosquito transgênico
O sucesso dos testes com mosquito transgênico se dá pelo fato da fêmea Aedes copular apenas uma vez durante toda a vida. Isso não acontece com o macho, que copula com diversas fêmeas, produzindo ainda mais descendentes que não irão se desenvolver.
Os testes realizados com o mosquito transgênico em dois bairros da cidade de Juazeiro, na Bahia, demonstram que houve uma redução da população do mosquito transmissor da dengue.
Em um dos bairros, a população de Aedes aegypti foi reduzida em 81%, já no outro, a redução foi de 93%. O método de patente britânica e foi testado pela organização social Moscamed, que reproduz e libera na natureza os mosquitos transgênicos desde 2011.
Em Juazeiro, uma biofábrica foi montada com a capacidade de produção de até 4 milhões de mosquitos por semana. Porém, a modificação genética foi produzida na cidade inglesa de Oxford.
O futuro do mosquito transgênico
Apesar dos resultados positivos, o uso do mosquito transgênico divide a opinião de especialistas na área. Alguns estudiosos acreditam que os mosquitos podem não ser tão eficazes e se tornarem um problema em longo prazo.
Por exemplo, a possível redução poderia aumentar a proliferação de outro mosquito que possa transmitir ainda mais doenças. Outra questão é que não existe garantia que o mosquito transgênico não entre em contato com o antibiótico que pode preservar a sua vida.
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