No dia 30 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Ginecologista e Obstetra, uma data especial na qual rendemos homenagens aos profissionais responsáveis pela saúde da mulher da adolescência à terceira idade. A data de comemoração coincide com a criação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (1959).
Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a diferença entre o ginecologista e o obstetra. Na verdade, a atuação dos dois é, teoricamente, a mesma. Os dois possuem a mesma formação acadêmica, com a diferença de que um opta por cuidar da saúde da mulher como um todo, enquanto o outro busca se especializar no acompanhamento da gestação até o nascimento da criança.
Independentemente de qual especialidade foi escolhida, temos que concordar que é uma profissão que merece nosso respeito, pela importância que tem. Por isso, é preciso ter mais do que simplesmente vontade, deve-se ter também o dom, como afirma o ginecologista e obstetra Bruno Ramalho. “Sempre fui muito curioso, dando trabalho aos pais com perguntas difíceis sobre a reprodução humana. O interesse pelo assunto aumentou na adolescência e, durante o curso de Medicina, tive certeza da especialidade que escolheria. Hoje, trabalho exatamente no campo da reprodução humana medicamente assistida, uma área pela qual me interesso mais a cada dia”.
Dia Nacional do Ginecologista e Obstetra: Desafios
Mas, como em todas as demais áreas da medicina, a atuação do ginecologista e obstetra não é tão simples, tendo diariamente que superar diversos desafios. “Estamos vivendo um momento delicado, no qual a Medicina é colocada em xeque pela população e pelos nossos governantes. Numa visão mais restrita, posso afirmar que os grandes desafios do agora estão na Obstetrícia. O excesso de intervenções obstétricas com indicação supostamente questionável e a ignorância dos médicos obstetras ao protagonismo da parturiente na história da gravidez e do parto são questões muito importantes”, afirma o ginecologista.
Ainda segundo Bruno Ramalho, novas posturas precisam ser adotadas com urgência, principalmente no contexto da humanização do parto, a partir de discussões profundas e multidisciplinares sobre o “parto vaginal depois de mais de uma cesariana, episiotomia rotineira, posição deitada para parir, uso indiscriminado de ocitocina, manobras de compressão do fundo uterino, presença de acompanhante (um ou mais) no parto e até a cesariana a pedido, entre outros”.
Já em relação à reprodução humana, os maiores desafios, segundo o especialista, estão nos debates éticos, por exemplo, sobre os limites da idade para a gravidez por fertilização in vitro, entre outros. “O uso de técnicas de reprodução assistida em casais homoafetivos, ou postumamente ainda aguardam uma regulamentação legal, mas trata-se de uma realidade esperada para breve. Isso com certeza suscitará discussões difíceis, invocando princípios morais, éticos, religiosos, filosóficos e científicos”, ressalta Bruno Ramalho.
Consultas ginecológicas
Em relação às consultas ginecológicas, o especialista lembra que se torna cada vez mais importante este cuidado com a saúde da mulher. “A consulta ginecológica periódica é importante em vários aspectos, entre eles a prevenção ao câncer de colo uterino e o câncer de mama. Isso porque durante a consulta, além de colher dados e poder orientar as mulheres sobre inúmeros aspectos da saúde feminina, colhe-se material para a citologia preventiva (conhecida como exame de Papanicolau), além de realizar o exame físico das mamas e órgãos genitais”.
Bruno Ramalho afirma ainda que durante a consulta a mulher deve discutir também com o profissional sobre assuntos extremamente importantes na vida da mulher, como planejamento reprodutivo (incluindo contracepção), sexo seguro, envelhecimento saudável, entre outros. “Acredito que grande parte das mulheres já tem essa consciência da importância da avaliação periódica. Mas nunca é demais lembrar!”, concluiu o ginecologista e obstetra.