Guia do Câncer

Biópsia da próstata: como é feita e quando é indicada

Por Redação Doutíssima 23/11/2014

Depois que o exame de PSA (Antígeno Prostático-Específico) foi realizado e indicou alteração, e o de toque ou ultrassonografia transretal igualmente sugeriu modificações, ao médico resta prescrever a biópsia da próstata. Portanto, tendo como base exames prévios, este é o teste que finalmente confirma a suspeita de diagnóstico de câncer.

Feita através do reto, a biópsia da próstata é um procedimento simples, realizado com anestesia local. Em geral, não provoca dor. Nos casos em que o paciente demonstre ansiedade extrema, pode haver desconforto devido à contração da musculatura local.

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Exame ajuda a confirmar casos de câncer para combater a doença. Foto: iStock, Getty Images

Como é feita a biópsia da próstata?

Deitada de lado, com joelhos e quadril flexionados, a pessoa submetida à biópsia da próstata tem amostras recolhidas dessa glândula, que produz e armazena líquido seminal.

Para a coleta, o urologista introduz no corpo do paciente uma sonda de ultrassom, parecida com a utilizada nas ultrassonografias transretais, com a diferença de que nesta há também uma agulha de biópsia acoplada ao instrumento.

Através da parede do reto, o aparelho é inserido em direção à próstata. Em fração de segundos, a agulha recolhe amostras de cilindro (núcleo) do tecido. O movimento é repetido diversas vezes, até que o especialista julgue dispor de quantidade suficiente para análise do laboratório de patologia.
Após a biópsia, é possível que o uso de antibiótico seja receitado a fim de prevenir o perigo de infecção. Nos primeiros dias após a biópsia da próstata, o paciente poderá registrar pequeno desconforto na região ou mesmo perceber sangue na urina ou sêmen.

Cuidados antes da biópsia da próstata

Antes do exame, alguns cuidados devem ser, do mesmo modo, tomados. O procedimento, de forma geral, incrementa o risco de infecção urinária. Assim, é habitual que o urologista peça uma urocultura antes da biópsia, pois, caso a presença de bactérias já seja sinalizada, o exame é contraindicado.

Para poder submeter-se ao exame, o paciente com infecção no trato urinário precisa finalizar tratamento com antibióticos por cinco a sete dias a fim de esterilizar a urina. Para os que a urocultura apresenta-se negativa, o uso de pelo menos um comprimido antibiótico é aconselhado para reduzir o risco de contaminação.

Como padrão, os médicos prescrevem de 500mg a 1000mg de ciprofloxacino, administrado em torno de uma hora antes do procedimento. É igualmente comum a recomendação de antibióticos por alguns dias depois da biópsia.

Alguns médicos podem solicitar lavagem intestinal antes do exame, porém tal conduta não é fundamental. Um jejum de no mínimo quatro horas é recomendação de praxe pré-biópsia e, por haver sangramento durante a biópsia, é vedado ao paciente ingerir remédios que inibam a coagulação, como Clopidogrel, Ticlopidina, Aspirina, AAS, anti-inflamatórios, e Varfarina.

Ainda que eficiente para a checagem de câncer, a biópsia da próstata é capaz também de apontar outras enfermidades, como:

– Neoplasia Intraepitelial Prostática

Há homens que iniciam o processo de desenvolvimento de neoplasia intraepitelial de baixo grau em idades mais avançadas, porém isso não significa necessariamente câncer de próstata. Neoplasia intraepitelial de grau alto, entretanto, aumenta as chances em 20% a 30 % de que o câncer possa já estar presente em algum outro lugar na próstata.

– Proliferação Atípica de Pequenos Acinos

Conhecida como atipia, é quando algumas células parecem cancerígenas, mas a quantidade delas é pequena para se ter certeza. Para estes casos, é comum que o médico recomende a repetição da biópsia em alguns meses.

– Atrofia Inflamatória Proliferativa

É quando as células da próstata se apresentam menores do que o normal. Não se trata de câncer, mas há especialistas que crêem que a inflamação possa desencadear a neoplasia intraepitelial prostática e até o câncer.

 

 

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