Motivação

Consciência negra: por que ela é importante

Por Redação Doutíssima 22/12/2014

Mais de 100 milhões de habitantes do País são negros ou pardos conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, ainda há racismo e luta pela igualdade de direitos. Por isso, comemora-se do Dia da Consciência Negra.

 

Em percentuais, esses mais de 100 milhões significa que metade da população brasileira (50,7% para ser mais específico) se descreve como negra.

consciência negra

Data foi criada para conscientizar pela igualdade. Foto: iStock, Getty Images

 

Dia da Consciência Negra é para refletir

Os números fazem do Brasil a nação com maior concentração de negros fora da África. Para se ter uma ideia, na Nigéria, oitavo país mais populoso do mundo e com maior número de moradores no continente africano, são 170 milhões.

 

O fato de o Brasil figurar internacionalmente como uma nação com considerável número não significa que por aqui não exista racismo. Ainda conforme o IBGE, brancos e afrodescendentes seguem recebendo salários diferentes, com prejuízos ao segundo grupo.

 

Embora velada, a discriminação racial está igualmente presente nos processos seletivos de trabalho. A proposta do Dia da Consciência Negra é, destarte, trazer a temática à tona para que soluções sejam discutidas e o tópico não seja simplesmente ignorado.

 

Feriado facultativo, mas que é habitualmente introduzido ao calendário em grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá e Porto Alegre, o Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 novembro. A ocasião é comemorada desde 2011, quando foi estabelecida legalmente – Lei 12.519/2011.

 

A escolha da data para alertar para a consciência negra tem a ver com a morte do líder negro Zumbi dos Palmares.

 

Em 20 de novembro de 1695, Zumbi, liderança mais conhecida do Quilombo dos Palmares, local de refúgio de escravos localizado na Serra da Barriga, hoje Alagoas, foi morto pelos bandeirantes enquanto defendia o território e os que ali se abrigavam.

 

Sua postura e sua luta contra a escravidão fizeram dele um símbolo da causa da consciência negra.

 

Desde a promulgação da Lei Áurea em 13 de maio de 1888 – determinação que aboliu a escravatura no Brasil – pela Princesa Isabel, alguns outros avanços legais foram registrados.

 

A Lei 7.716, de janeiro de 1989, que prevê punições para atitudes preconceituosas com relação à raça ou cor, e a Lei 12.711, de 2012, que estabelece cotas para afrodescendentes na educação superior são alguns exemplos que merecem ser mencionados.

 

Consciência Negra mobiliza todo o Brasil

No Dia da Consciência Negra, as atividades organizadas Brasil afora costumam reunir palestras e apresentações de dança e demais formas de expressões religiosa e cultural dos negros.

 

Portanto, é comum haver exibições de capoeira, além de manifestações artísticas e até explanações sobre o candomblé. A proposta é despertar o ‘orgulho negro’, gerando auto-confiança, ademais de impulsionar a eliminação do sentimento de inferiorização da raça diante da sociedade.

 

Nos Estados Unidos e no Canadá, a consciência negra também tem data especial no calendário. Em território anglo-saxão, a ocasião recebe o nome de Black History Month.

 

Por lá, portanto, a importância dos negros na construção do país e a luta por mais igualdade ganham espaço durante todo o mês fevereiro. Na Inglaterra, o assunto é pauta por todo o mês de outubro, o que ocorre desde 1987.

 

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima!