Clínica Geral

Saiba o que é e como tratar a meningite eosinofílica

Por Redação Doutíssima 27/12/2014

Nos últimos anos uma nova forma de meningite começou a se espalhar pelo Brasil. Trata-se da meningite eosinofílica, que, ao contrário das outras formas mais conhecidas da doença que são virais ou bacterianas, é transmitida por parasitas, entre eles o verme Angiostrongylus cantonensis.

 

Este verme se encontra em crustáceos e moluscos, incluindo o caramujo gigante africano. Por isto, é preciso estar atento para saber identificar a doença e adotar medidas de prevenção, principalmente no contato com caramujos.

 

meningite eosinofílica

Diferente das outras apresentações, este tipo de meningite é transmitida por verme. Foto: iStock, Getty Images

Meningite eosinofílica em 6 estados brasileiros

Já diagnosticada em seis estados brasileiros, nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país, a doença pode ser contraída por meio da ingestão de crustáceos e moluscos contaminados com o parasita, como o caracol, a lesma, o caranguejo ou o caramujo gigante africano.

 

Também pode ser contraída pelo consumo de alimentos contaminados com o muco que é liberado por estes animais para se locomoverem, o que pode ocorrer no consumo de legumes, verduras, e frutas mal lavadas, por exemplo.

 

O parasita da meningite eosinofílica é próprio de roedores, especialmente da ratazana. A doença é transmitida aos caramujos, quando estes ingerem fezes de roedores contaminadas com larvas do verme.

 

Durante o seu processo de locomoção, eles liberam um muco, para facilitar o deslizamento, que também contém larvas. Após a contaminação, o parasita vai para o sistema nervoso por meio da corrente sanguínea, causando a meningite eosinofílica.

 

Os sintomas da doença são semelhantes aos dos outros tipos de meningite. Ou seja, o indivíduo sofrerá com fortes dores de cabeça, que se manifestam de forma persistente, náuseas, vômitos, febre alta e, menos frequentemente, rigidez da nuca.

 

O que possibilita sua diferenciação é o exame do liquor, líquido entre as meninges, extraído por punção lombar. O aumento de eosinófilos, que são células de defesa do organismo, costuma sinalizar que o organismo está sofrendo uma infecção por parasita e verme.

 

Medidas contra sintomas da meningite eosinofílica

Apesar do verme da meningite eosinofílica não se desenvolver no organismo humano, é preciso tratar a doença com corticóides para reduzir a reação inflamatória e diminuir a pressão cerebral.

 

Isto porque a meningite gera a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinal, chamadas meninges. O tratamento ameniza os sintomas da infecção e evita o agravamento da doença.

 

Além do corticóide, o tratamento inclui o uso de analgésicos para aliviar as dores de cabeça, e antiparasitários. Caso a pressão no cérebro não diminua com os remédios, o médico poderá recorrer a realização de várias punções lombares para aliviar mais eficazmente a pressão.

 

Quando a meningite eosinofílica não é diagnosticada rapidamente, o que faz com que o tratamento seja iniciado tardiamente, o indivíduo pode ficar com sequelas, como perda de visão e audição ou diminuição da força muscular, principalmente nos braços e nas pernas.

 

Mas, medidas simples podem evitar a transmissão. Entre elas, lavar as mãos com frequência e deixar hortaliças e frutas de molho por 30 minutos em um litro de água com uma colher de sopa de água sanitária antes de consumi-las.

 

 

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