Clínica Geral

Saiba o que é toxocaríase e de que maneira tratar

Por Redação Doutíssima 03/01/2015

A toxocaríase é uma infecção causada por vermes parasitas de cães e gatos que invadem os órgãos, infestando o organismo do indivíduo e originando vários problemas de saúde. Os principais agentes transmissores são os cães filhotes que completam o ciclo do parasita, eliminando os ovos dos vermes adultos, pelas fezes, no solo.

Por isto, ambientes cheios de areia, onde as crianças costumam brincar, são muito perigosos, pois geralmente são nestes locais em que gatos e cães infectados costumam defecar. Por manipularem o solo contaminado, as crianças são mais suscetíveis à infecção.

toxocaríase

Filhotes de cães transmitem os parasitas que causam a infecção. Foto: iStock, Getty Images

Toxocaríase afeta todos os tecidos do corpo

Uma vez engolidos, os ovos amadurecem no intestino, possibilitando que as larvas atravessem a parede intestinal e se disseminem pelo sangue. Quase todos os tecidos do corpo podem ser afetados pela toxocaríase, sobretudo o cérebro, olhos, fígado, pulmões e coração.

Para complicar o quadro, as larvas podem continuar vivas durante vários meses, causando dano ao migrarem para os tecidos e ao provocarem inflamação à volta destes.

Após a contaminação, a toxocaríase costuma provocar uma infecção relativamente ligeira nas crianças entre 2 e 4 anos, sendo que crianças maiores e os adultos também podem ser infectados.

Os primeiros sintomas da doença podem começar depois de várias semanas de infecção, podendo ainda ficar incubado por vários meses, o que dependerá da intensidade e do número de exposições e da sensibilidade da pessoa às larvas.

Primeiramente, o indivíduo contaminado com toxocaríase apresenta febre, tosse e respiração sibilante, além do aumento de volume do fígado e problemas ou dor na zona superior e direita do abdômen.

Sintomas da toxocaríase

É comum também algumas pessoas terem erupções cutâneas, tumefacção do baço e pneumonias de repetição. Crianças mais velhas costumam apresentar sintomas ligeiros ou mesmo nenhum, mas é possível que desenvolvam uma lesão ocular que diminui a visão e que pode ser confundida com um tumor maligno do olho.

Em alguns raros casos, as larvas conseguem invadir o encéfalo do paciente, originando manifestações ou complicações neurológicas graves, como crises de convulsões e paralisias transitórias dos membros. Quando isto ocorre, as complicações do processo infeccioso podem ser fatais ou deixar sequelas irreversíveis no paciente

Tratamento

O diagnóstico dessa doença é bastante complicado, principalmente o da forma ocular. Ele se baseia na suspeita do médico de ingestão de ovos em uma criança com os sinais e sintomas da infecção.

A partir da suspeita, realiza-se exames laboratoriais sugestivos de verminose e uma análise de tecido hepático, obtida a partir de uma biopsia, que pode revelar a presença de larvas ou de inflamação provocada pela sua presença.

O médico também pode complementar o diagnóstico observando se a pessoa apresenta valores elevados de eosinófilos (uma variedade de glóbulos brancos), fígado aumentado, inflamação dos pulmões, febre e níveis de anticorpos no sangue elevados.

A doença costuma desaparecer sem tratamento num período de 6 a 18 meses. No entanto, quando a infecção é detectada precocemente, ela pode ser controlada com a administração de medicamentos antiparasitários durante uma ou várias semanas.

Caso o tratamento produza reações alérgicas, costuma-se recorrer a medicamentos corticosteróides. A formação de granulomas em alguns tecidos pode necessitar de atuações específicas como, por exemplo, um tratamento anticonvulsivante.

 

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