Clínica Geral > Saúde

Sífilis: sintomas e tratamento

Por Redação Doutíssima 27/05/2013

O dia 18 de outubro é comemorado o Dia Mundial de Combate à Sífilis, uma maneira de chamar a atenção para esta doença sexualmente transmissível que atinge milhões de pessoas em diversos países. A data marca uma série de campanhas e eventos em todo o mundo.

sífilis

Doença sexualmente transmissível possui tratamento simples, mas pode trazer risco se não cuidar. Foto: Shutterstock

A Sífilis é uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível e é causada por uma bactéria, a Treponema pallidum, que pode ser transmitida verticalmente de mãe para o feto por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. A sífilis é perigosa, então fique de olho nos sintomas. Veja.

Se não for tratada precocemente, a sífilis pode comprometer vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso. Os sintomas podem surgir em uma média de 3 semanas, mas pode variar entre 10 e 90 dias.

A sífilis se manifesta lentamente em três estágios diferentes:

1 – Sífilis primária

Começa com o surgimento do cancro duro, que é uma pequena ferida ou ulceração firme e dura que ocorre no ponto exposto inicialmente ao treponema, geralmente o pênis, a vagina, o reto ou a boca. O diagnóstico no homem é mais fácil, pois a lesão no pênis chama a atenção, enquanto que a lesão na vagina pode ser interna e somente vista através de exame com um espéculo ginecológico. Pode ocorrer linfonodomegalia satélite não dolorosa. Esta lesão permanece por 4 a 6 semanas, desaparecendo espontaneamente. Nesta fase a pessoa infectada pode pensar erroneamente que está curada. Ocorre disseminação hematogênica.

Sintomas: pequenas feridas nos órgãos genitais (cancro duro) que desaparecem espontaneamente e não deixam cicatrizes; gânglios aumentados e ínguas na região das virilhas.

2- Sífilis secundária

Aparece geralmente entre 6 a 8 semanas após a lesão primária ter desaparecido. A sífilis secundária também pode ocasionar episódios esporádicos de erupções ulcerativas na pele, de difícil regressão, episódios de otite, episódios de problemas oftalmológicos, episódios de problemas nos rins e episódios de problemas cardiovasculares que muitas vezes surgem e regridem sem a necessidade de nenhum tratamento específico. Pode surgir também dores de coluna e dores de cabeça frequentes, que podem ser indicativos de um quadro de neurossífilis.

Sintomas: manchas vermelhas na pele, na mucosa da boca, nas palmas das mãos e plantas dos pés; febre; dor de cabeça; mal-estar; inapetência; linfonodos espalhados pelo corpo, manifestações que também podem regredir sem tratamento, embora a doença continue ativa no organismo.

sífilis

3 – Sífilis terciária 

O terceiro estágio da infecção ocorre em um a dez anos, com casos de até 50 anos para que a evolução se manifeste. Esta fase é caracterizada pela formação de gomas sifilíticas, tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas, mas que podem ocorrer em diversas partes do corpo, inclusive no esqueleto. Outras características da sífilis não tratada incluem as juntas de Charcot (deformidade articular), e as juntas de Clutton (efusões bilaterais do joelho). As manifestações mais graves incluem neurossífilis e a sífilis cardiovascular.

Sintomas: comprometimento do sistema nervoso central, do sistema cardiovascular com inflamação da aorta, lesões na pele e nos ossos.

Nos dois primeiros, os sintomas são mais evidentes e o risco de transmissão é maior. Depois, há um período praticamente assintomático, em que o vírus fica latente no organismo, mas a doença retorna com agressividade acompanhada de complicações graves, causando cegueira, paralisia, doença cardíaca, transtornos mentais e até a morte.

Diagnóstico da sífilis

Nas fases iniciais, o diagnóstico pode ser confirmado pela reconhecimento da bactéria no exame de sangue ou nas amostras de material retiradas das lesões. Na fase avançada, é necessário pedir um exame de líquor para verificar se o sistema nervoso não foi afetado.

Tratamento

O tratamento é feito com antibióticos, especialmente penicilina. Deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais.

A sífilis é tratável e é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque com a progressão para a sífilis terciária, os danos causados poderão ser irreversíveis, nomeadamente no cérebro.

O tratamento consiste tipicamente em penicilina G benzatina durante vários dias ou semanas. Indivíduos que têm reações alérgicas à penicilina (i.e., anafilaxia) podem ser tratados efetivamente com tetraciclinas por via oral. Grávidas só podem ser tratadas com penicilina.

É claro que só o médico pode informar qual o tratamento ideal, não perca tempo e procure logo um médico.

Prevenção

O uso de preservativos durante as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença. A transmissão vertical pode ser prevenida através do rastreio durante o pré-natal das gestantes, que devem ser tratadas assim que estabelecido o diagnóstico.

 Recomendações

* Esteja atento: sífilis pode ser transmitida também nas relações anais e orais;

* Mulheres devem fazer exame para verificar se são portadoras da doença antes de engravidar.

*A sífilis congênita pode ser transmitida em qualquer momento da gestação ou durante o parto e causar má-formação do feto, aborto espontâneo e morte fetal. A doença pode manifestar-se também logo depois do nascimento ou durante os dois primeiros dois ano de vida.

*Não descuide nunca do uso do preservativo! Afinal você não quer colocar sua saúde em risco. Certo?

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão DoutíssimaClique aqui para se cadastrar!