Clínica Geral

Todo surdo é mudo? Entenda o erro desta ideia

Por Redação Doutíssima 19/02/2015

Todo o surdo é mudo? Este é um mito que surgiu ainda na antiguidade quando, por falta de conhecimento científico e técnicas que trabalhassem a fala em pessoas sem audição, se pensava que os surdos também eram mudos.

 

mudo

Pessoas mudas não conseguem utilizar o aparelho fonador para a comunicação. Foto: iStock, Getty Images

 

Como aprendemos a falar a partir da audição, é natural que uma pessoa não fale mesmo tendo uma laringe funcional e as cordas vocais em perfeitas condições. O fato é que, hoje, um surdo pode exercer a linguagem oral através de técnicas usadas em processo terapêutico fonoaudiológico.

Quem é mudo e quem é surdo/mudo

É considerado mudo aquele que não consegue fazer uso de seu aparelho fonador para falar ou para qualquer manifestação vocal.

Aqui, é importante salientar que uma pessoa pode ser muda temporariamente devido à condições psíquicas e também físicas. Uma pessoa que sofre de psicose, por exemplo, pode ficar muda por uma desordem psíquica, mas que, com tratamento adequado, volta a falar.

Já um paciente que se submete a uma laringectomia (procedimento que retira a laringe, órgão responsável pela produção sonora da fala), pode ficar mudo temporariamente e reaprender a falar usando a voz esofágica, uma técnica ensinada por um fonoaudiólogo, na qual o paciente projeta a voz pelo esôfago.

Surdo/mudo é a pessoa que não escuta e que também não tem uma laringe funcional, portanto, não consegue falar nem emitir sons. Tanto surdos quantos surdos/mudos têm a comunicação feita a partir da Linguagem Brasileiras de Sinais (Libras).

A importância da linguagem de sinais para um mudo

No próximo dia 23 de fevereiro, é comemorado o dia do surdo/mudo. A data serve para refletir sobre as políticas públicas de inclusão dessas pessoas, que podem chegar a 10 milhões no Brasil, e também da importância da linguagem de sinais.

 

A Libras é a principal forma de comunicação de pessoas surdas e mudas. O problema é que, quem não tem ou não convive com que tem a deficiência, não sabe como usar as mãos para se comunicar, tornando-se, assim, motivo para que o ouvinte falante exclua os surdos e os mudos do seu convívio social.

Essa atitude precisa mudar, mas ainda está longe de ganhar incentivo. Mesmo havendo estudos e indicação de especialistas de que a Libras deveria fazer parte do currículo do ensino infantil, momento onde a criança está mais apta a aprender, o governo está longe de incluir a linguagem de sinais no currículo das escolas.

Compreendendo o universo do surdo e do mudo

Além de serem excluídas da comunicação do mundo dos falantes/ouvintes, as pessoas surdas e mudas, não raro, são depreciadas e taxadas como sem cultura ou conhecimento.

Esse é outro mito que precisa ser extinto da sociedade para que essas pessoas sejam, de fato, incluídas. Um pessoa com mudez e um surdo têm capacidade intelectual como qualquer pessoa que ouve e fala.

O que difere são as oportunidades as quais são submetidos ao longo da vida. Daí a importância da inclusão social e de uma sociedade capacitada a lidar normalmente com pessoas que fogem o que se diz ser “normal”.

 

 

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