Clínica Geral

A expressão surdo-mudo é correta? Descubra para não cometer erros

Por Redação Doutíssima 23/02/2015

É comum ouvir a expressão surdo-mudo sendo dita pelas pessoas nas ruas. No entanto, sempre surge a dúvida se ela está correta ou não. Afinal, o pensamento parece lógico: se o indivíduo aprende a falar ouvindo, logo, os surdos não aprendem a falar se não ouvem.

surdo-mudo

Surdos podem aprendar a falar se forem estimulados com apoio de fonoaudiólogo. Foto: iStock, Getty Images

Expressão surdo-mudo não deve ser usada

Esta é uma incorreta denominação atribuída ao surdo, pois nem todos os deficientes auditivos são mudos, visto que muitos têm voz e conseguem falar se forem estimulados por fonoaudiólogos.

O surdo é aquela pessoa portadora de uma inabilidade total ou parcial de ouvir, enquanto que o mudo é aquele que não faz uso de seu aparelho fonador para a fala ou qualquer outra manifestação vocal.

A expressão surdo-mudo era usada como um termo técnico até recentemente, sendo que alguns  profissionais, na área da saúde, ainda a utilizam de forma incorreta.

Existem pessoas surdas, existem pessoas mudas e existem, ainda, pessoas que, por não ouvirem, apresentam sérias dificuldades de fala, sendo estes últimos chamados incorretamente de surdo-mudo.

No entanto, muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar ainda. Se estimulados, podem vir a se comunicar oralmente. Isso porque a mudez é um tipo de deficiência que não apresenta conexão com a surdez.

No Brasil, estima-se que existam mais de oito milhões de pessoas que possuem deficiência auditiva. Estatísticas indicam que em cada mil recém-nascidos, três podem apresentar algum tipo de perda auditiva. Quando uma criança nasce com problemas de audição, é preciso estimulá-la desde cedo para que aprenda a falar.

 

Dia do Surdo-Mudo e a conscientização da população

Apenas uma minoria dos surdos também são mudos. Neste caso, quando o indivíduo possui ambas as deficiências, ou seja, auditiva e da fala, deve-se dizer que ele é surdo e mudo.

Por meio de exercícios e atividades, com acompanhamento de um fonoaudiólogo, um surdo-mudo pode vir a se tornar um surdo oralizado, ainda que esta pessoa, por falta de treino, nunca tenha falado.

Para que a população aprenda mais sobre os deficientes auditivos e de fala, o dia 23 de fevereiro foi escolhido como o Dia Nacional do Surdo-Mudo. Nesta data, busca-se discutir políticas públicas e de inserção destes indivíduos no mercado de trabalho e outros setores da sociedade.

 

No entanto, o maior problema é que ainda falta informação sobre os problemas de audição e fala. Assim, muitos se afastam por desconhecerem formas de comunicação com eles, como a Língua Brasileira de Sinais, mais conhecida como Libras.

 

Linguagem dos sinais ajuda na comunicação

A integração das pessoas surdas e mudas na sociedade é de suma importância, por isso é preciso respeitá-las e reconhecer seus direitos. No Brasil, há muitas instituições de apoio aos surdos e aos mudos.

O Dicionário de Libras divulga em larga escala a língua dos sinais, que facilita a comunicação. A leitura labial também é muito frequente no dias de hoje.

 

Por isso, não se esqueça de articular bem as palavras e mantenha-se de frente para a pessoa. O seu corpo e sua expressão facial podem auxiliar muito durante o processo de comunicação com os deficientes auditivos.

 

 

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