Quando o cansaço atinge o corpo e a mente de uma hora para a outra e permanece por muito tempo, pode ser um sinal da síndrome da fadiga crônica. Doença considerada polêmica, é difícil de ser diagnosticada e não tem como ser prevenida.
Síndrome da fadiga crônica
A síndrome da fadiga crônica (SFC), também chamada de doença sistêmica de intolerância ao esforço (SEID), tem sido muito estudada, mas ainda é algo complexo e controverso, de acordo com Carlos Alberto Issa Musse, do serviço de fisiatria do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre.
O especialista informa que a maior dificuldade em relação à doença é a falta de dados objetivos, como exames que documentem o problema. “Tanto que é chamada de síndrome, um conjunto de sintomas ou sinais dos pacientes que permitem que sejam agrupados para estudá-los”, afirma.
Um documento publicado pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina diz que as características da doença são obscuras. O estudo também menciona a falta de evidências conclusivas para orientar os médicos quanto ao diagnóstico correto da síndrome.
Por último, o documento ainda menciona que poucas abordagens terapêuticas têm se mostrado efetivas no tratamento dessa doença.
Como ocorre a síndrome da fadiga crônica
Tanto Carlos Alberto quanto o estudo da Associação Médica Brasileira enfatizam que a doença não tem sintomas iguais em todos os pacientes. O que leva ao diagnóstico são características em comum.
O surgimento da síndrome da fadiga crônica, segundo o especialista, pode ser identificado por pelo menos algumas das seguintes características:
– Início súbito de fadiga, muitas vezes associada a uma infecção típica
– Uma fadiga insuportável, associada a padrão de sono não restaurador e dificuldade de concentração
– A atividade física agrava os sintomas
– Vários problemas de saúde, como dores nas costas e pescoço
– Os sintomas flutuam com o tempo
– Os pacientes se sentem febris, mas alguns não demonstram temperaturas elevadas
– Dores nas articulações
– Histórico de enxaqueca e transtornos psiquiátricos
Mas ainda há outros aspectos envolvidos. Carlos Alberto comenta que a depressão é um tema recorrente em casos de síndrome da fadiga crônica. “Dois terços ou mais dos pacientes têm critérios psiquiátricos para a ansiedade, distimia ou depressão. Se é causa ou consequência, não sabemos”, diz.
Para o diagnóstico, o especialista informa que o paciente precisa ter os seguintes sintomas: redução substancial ou prejuízo na capacidade de envolver-se nas atividades profissionais, educacionais ou pessoais por mais de seis meses, sono em que a pessoa não descansa e mal estar após esforço.
Tratamento da síndrome
Infelizmente a doença não tem cura, mas existe a possibilidade de melhora. O fisiatra recomenda a terapia cognitivo-comportamental e exercícios físicos de baixa intensidade, com evolução lenta.
Ele ainda menciona que o médico que atende um paciente com suspeita de Síndrome da Fadiga Crônica deve explicar ao enfermo que a gravidade é variável, mas que pode ser incapacitante. “Não devemos separar o físico do emocional, isso não ajuda o paciente. No decorrer do tempo, os sintomas devem diminuir”, finaliza.
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