Praticamente todas as gestantes sofrem com a êmese, nome que os médicos usam para os enjoos, geralmente matinais, no início da gravidez. Quando esse quadro é mais intenso, passa a se chamar hiperêmese gravídica e precisa de maior atenção.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) aponta que uma em cada 50 gestantes apresenta o quadro de hiperêmese gravídica. Além disso, entre 70 e 80% das grávidas têm enjoos e náuseas.
Tanto a êmese quanto a hiperêmese gravídica acontecem por causa das mudanças hormonais naturais à gravidez, segundo Rosiane Mattar, Presidente da Comissão de Gestação de Alto Risco da Febrasgo e docente da escola Paulista de Medicina. Ambas comprometem a vida da gestante durante o primeiro trimestre, cerca de 14 semanas.
Em alguns casos, o desconforto pode seguir até a 20ª semana de gestação. Ainda, em raras ocasiões, a gestante pode ter que lidar com a situação durante todo o período de gravidez.
Hiperêmese pode causar desidratação
Gestantes com hiperêmese gravídica passam por um grande desconforto em razão de náuseas, vômitos e enjoos. Além do mal estar, elas têm dificuldade para comer e isso acaba refletindo na saúde.
De acordo com um manual de Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o diagnóstico da hiperêmese é feito através da observação das seguintes características:
– Vômitos incoercíveis antes de 20 semanas de gravidez
– Perda de peso corporal (4% a 10%)
– Sinais de desidratação grave
– Distúrbios hidroeletrolíticos
– Cetose
– Cetonúria
– Alterações laboratoriais
Tratamentos para a hiperêmese gravídica
Rosiane diz que em casos de hiperêmese gravídica, sugere-se a internação da gestante para tratar a desidratação de maneira endovenosa. Infelizmente, ela menciona que não há nada que acabe com os sintomas de vez.
Junto com a hidratação, deve ser avaliada a necessidade de reposição de vitaminas perdidas com os vômitos e a dificuldade de se alimentar. Quando não atendidas, as necessidades nutricionais do organismo podem prejudicar a gestação.
Uma sugestão da médica para gestantes com enjoos menos ou mais intensos é optar por alimentos azedos, ácidos e gelados. Segundo ela, esses alimentos têm melhor receptividade durante o período gestacional.
Sobre o uso de medicamentos, o assunto é mais complicado. Alguns são administrados em casos de hiperêmese gravídica, mas precisam ser receitados e ter acompanhamento médico. Rosiane menciona que como não existe maneira segura de testar os ativos em gestantes, é preciso cuidado.
Uma dica da médica para tentar contornar o mal estar na gravidez é evitar cheiros e aromas. Ela explica que o olfato fica mais sensível no período gestacional e pode desencadear episódios de náuseas e vômitos.
Se for possível, a gestante pode pedir para alguém cozinhar. Assim, ela evita contato com cheiros que causem enjoo. Evitar lugares fechados também é uma alternativa para contornar o problema.
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