Trocar a versão refinada pelo açúcar mascavo é geralmente uma opção de quem opta por alimentos mais saudáveis. No entanto, para fazer uma substituição em favor da saúde, é preciso saber se realmente existem diferenças grandes entre esses dois produtos.
Um dos principais pontos de quem faz dieta é observar a quantidade de calorias dos alimentos. Nesse quesito, o açúcar mascavo não é tão diferente assim da versão refinada. Mas a substituição da versão branca para a marrom tem muitas outras vantagens.
Versão do açúcar que não passa por refinamento é boa fonte de cálcio e ferro. Foto: iStock, Getty Images
O que é o açúcar mascavo?
Jacqueline Silva, nutricionista do HCor (Hospital do Coração, de São Paulo), explica o processo de produção do açúcar mascavo. Ele é feito a partir do esmagamento do caule maduro da cana e não é submetido a nenhum processo de clarificação. Assim, ele é considerado um produto de forma mais bruta, por não ser refinado.
O refinamento, que resulta no açúcar branco, cristal e de confeiteiro, é uma série de processos que transformam os pequenos grãos. Por não passar por nada disso, o mascavo contém uma quantidade maior de minerais, especialmente cálcio, magnésio e ferro. Dessa maneira, ele não apenas fornece energia, mas também outros nutrientes, aponta Jacqueline.
Isso faz com que o mascavo, diferente do açúcar branco, não seja um produto de calorias vazias. Esse termo é usado para identificar alimentos que não possuem nenhum valor nutricional, como fibras, minerais e vitaminas.
Quem conta calorias precisa fugir de qualquer produto que ofereça essas calorias vazias. O número apresentado no rótulo do alimento pode ser baixo, mas um alimento desses não gera nenhum benefício para o corpo, não nutre e provavelmente não mata a fome. Industrializados e processados são os campeões da categoria.
Açúcar mascavo no dia a dia
Ele tem mais sabor, cor e é cheio de nutrientes: o açúcar mascavo vence a batalha contra o refinado no quesito saúde. Mas ele tem um contra: seu poder de adoçar é menor.
Além disso, o sabor característico dessa versão do açúcar pode não combinar com algumas receitas e preparações em que geralmente se usa a versão branquinha. Segundo Jacqueline, é uma questão de adaptação do paladar.
A nutricionista informa que o mascavo pode ser utilizado para substituir o açúcar convencional em sucos, vitaminas, bolos, doces e para adoçar o café. Sempre lembrando que o efeito não é exatamente o mesmo que o da versão refinada.
Mesmo com as vantagens do açúcar mascavo, que tem maior valor nutricional, não é indicado exagerar na quantidade. “Os açúcares de adição não devem ultrapassar 10% do valor calórico total da dieta. Então, um indivíduo que necessita de 2000 calorias por dia, pode ingerir até 200 calorias vindas de açúcares, aproximadamente três colheres de sopa”, lembra a nutricionista.
Por último, vale a pena lembrar que essa quantidade não é apenas a utilizada para adoçar as bebidas. “Inclui também todo o açúcar contido nas preparações doces”, ressalta.
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