Uma nova descoberta científica indica que o hormônio anti-mulleriano, produzido pelo corpo humano, é capaz de reduzir a atividade das células malignas que causam o câncer de ovário. A novidade é uma nova esperança para o tratamento e prevenção de um tipo de tumor silencioso e que geralmente é descoberto quando já está em estágio avançado.
Hormônio anti-mulleriano e o ovário
Também chamado de AMH, o hormônio anti-mulleriano é importante no desenvolvimento dos órgãos genitais nos embriões. No feto masculino ele impede a formação dos dutos paramesonéfricos, que nas meninas se desenvolverão para formar o útero, o cérvix e os tubos uterinos.
Essa proteína continua ativa nas mulheres até a menopausa. O hormônio anti-mulleriano é responsável pelo controle dos óvulos dentro do ovário. Quando há dificuldade de engravidar, é possível fazer um exame para identificar os níveis dessa substância e determinar a quantidade de óvulos que ainda estão disponíveis no organismo.
Câncer e hormônio anti-mulleriano
O câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o que tem menores chances de cura, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Estima-se que, em 2014, surgiram 5.680 novos casos da doença no País.
O principal fator de risco para o aparecimendo do câncer no ovário é a mutação dos genes brca1 e brca2, que também estão ligados a incidência de câncer de mama. Mulheres acima dos 50 anos e que têm histórico desse tipo de tumor na família devem estar atentas aos sinais da doença.
Conhecer os fatores de risco é essencial já que não há nenhum tipo de exame preventivo para o câncer de ovário, ensina Sandro Salim Lana, oncologista do Cetus-Hospital Dia. A atenção é importante porque, segundo o médico, quando sintomas como dores abdominais surgem, a doença já está em estágio avançado.
Atualmente, o tratamento utilizado é a cirurgia para remoção do órgão com as células malignas. Em seguida, são feitas sessões de quimioterapia para prevenir que a doença volte e para matar células remanescentes. “Quando há metástases, esse tratamento serve para aumentar o tempo de vida da paciente”, explica o especialista.
A recente descoberta do uso do hormônio anti-mulleriano, divulgada pela revista Proceedings of The National Academy of Science, nos Estados Unidos, mostra a eficácia dessa proteína no combate a células de 88% dos tumores de ovário.
O método, desenvolvido pela equipe do Massachussets General Hospital, é um tratamento genético que aumenta a produção do hormônio anti-mulleriano e dificulta o surgimento e reincidência de tumores no ovário.
Ainda em fase de testes com animais, um vírus administrado a ratos com tumores resistentes no ovários estimula a produção do hormônio anti-mulleriano, que age sobre as células malignas. Até então, outros estudos similares não tinham tido sucesso no combate aos tumores.
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