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Acretismo placentário: conheça as causas e os tratamentos

Por Redação Doutíssima 30/09/2015

Acretismo placentário é um problema de saúde raro e grave que ocorre quando a placenta adere-se à parede uterina. Mulheres com essa aderência anormal costumam apresentar hemorragias severas durante ou após o parto. Se não tratada, a situação pode levar à morte.

 

A doença ganhou notoriedade após a celebridade Kim Kardashian falar publicamente sobre o seu caso de acretismo placentário. Após o parto da primeira filha, North West, a socialite precisou fazer uma série de cirurgias para conseguir engravidar novamente.

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Aderência da placenta à parede uterina pode ser identificada durante a gestação. Foto: iStock, Getty Images

Kim afirmou, em entrevista, que os médicos já a alertaram sobre a probabilidade do problema se agravar assim que seu segundo filho nascer. Se ocorrer novamente, a mulher de Kanye West tem grandes chances de ter que passar por uma histerectomia, a remoção completa do útero.

Entenda mais sobre o acretismo placentário

Existem três tipos de acretismo placentário: placenta acreta, increta e decreta. A classificação varia conforme a extensão da aderência, atingindo apenas a parede interna do útero, a camada muscular e a parede externa do órgão respectivamente.

O caso mais preocupante é o de placenta decreta, quando ultrapassa as paredes internas e externas do útero. O problema é raro e extremamente perigoso, pois pode chegar a prejudicar a bexiga e envolver os vasos sanguíneos que irrigam esse órgão.

Segundo um artigo publicado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os casos de acretismo placentário vêm aumentando nos últimos 50 anos. O documento relaciona esse aumento com o grande número de cesáreas realizadas.

Em uma publicação na revista Femina, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), há a estimativa de que o problema atinja 0,3 a 1,7% das gestantes. Mas o estudo ainda comenta que, no Brasil, os números provavelmente são maiores.

O problema de aderência da placenta é mais comum em mulheres que já tem cicatrizes no útero, gestantes idosas ou em gravidez de múltiplos. Gestações anteriores e cirurgias costumam aumentar as chances. Outro fator agravante é em caso de mulheres grávidas com a placenta na parte inferior do útero.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico precoce do problema é fundamental para que os profissionais envolvidos no parto estejam preparados para lidar com a situação. Infelizmente, na maioria dos casos, ele só é identificado no momento em que a gestante dá à luz.

Um dos indicadores do acretismo placentário é hemorragia no terceiro trimestre, mas esse sangramento não acontece em todas as ocasiões. Embora seja de difícil diagnóstico, exames de ultrassom podem identificar o problema de saúde.

Se não diagnosticado durante a gestação, as chances de hemorragia são muito maiores. Isso porque ao remover a placenta, os médicos enfrentam dificuldade e na tentativa mais intensa de retirá-la, podem causar ferimentos com sangramento.

Além do potencial fatal de uma hemorragia após o parto, os problemas do acretismo placentário aumentam as chances de infecções. Apenas o diagnóstico precoce é capaz de reduzir as chances de complicação durante ou após o parto.

 

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