Depois que o bebê nasce todas as atenções são voltadas para o bem-estar do recém-nascido. Acontece que durante o puerpério, que é o período posterior ao parto, a mamãe também precisa de cuidados. Nessas semanas muitas mudanças fisiológicas podem ocorrer, e até mesmo algumas complicações.
Mudanças no corpo durante o puerpério
O puerpério é termo médico para indicar período após o parto, durante o qual os tecidos do corpo como o genital e os órgãos pélvicos voltam à condição em que estavam antes da gravidez. Esse tempo de mudança continua até aproximadamente seis semanas depois do nascimento do bebê.
Passadas essas semanas é possível que a mãe esteja se sentindo de volta ao normal, com exceção de algumas características como o excesso de peso. A fase mais crítica são as primeiras 24 horas, conhecidas como puerpério imediato. É nesse momento em que o útero deve contrair bem para estancar o sangramento do local de desprendimento da placenta, e também marca o início da amamentação.
Ocasionalmente esse é o período que mais causa potencialmente complicações fatais, como sangramento excessivo, colapso de circulação, insuficiência cardíaca, entre outros. Por isso que muitos médicos aconselham ficar no hospital até superá-lo.
Ao longo da primeira semana costumam começar grandes mudanças no trato genital. Pode haver corrimento vaginal, maior necessidade de micção, poucos movimentos intestinais e dores no corpo. Caso tenha tido uma cesárea, o ferimento cirúrgico precisa de cuidados para não se tornar problema.
A grande maioria das novas mães também experimenta sintomas como mau humor, tristeza, dificuldade em dormir, irritabilidade, alterações do apetite e problemas de concentração. Esses sinais são relacionados a uma situação conhecida como “baby blues”, geralmente ligada aos hormônios.
Quando esses últimos sintomas duram mais do que as primeiras semanas, é possível que o problema seja mais grave – depressão pós-parto. Segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP) realizado com 257 mulheres, a prevalência de depressão pós-parto foi de 28%.
É preciso estar atenta se você já tinha alguma situação semelhante antes da gravidez. Um estudo publicado na revista médica The Lancet descobriu que a depressão perinatal e pós-natal é uma continuação de problemas de saúde mental vivenciados bem antes de uma mulher engravidar.
Cuidados depois do parto
Depois de um parto vaginal a maioria das mulheres experimenta inchaço e dor no períneo. Cuidados de rotina nessa área incluem aplicação de gelo para alívio dos sintomas – rotina modificada depois para banhos de assento mornos.
As hemorroidas são um outro problema capaz de afetar as mulheres que têm parto vaginal. Nesse caso o melhor a fazer é buscar alívio dos sintomas, já que as hemorroidas costumam curar quando o períneo se recupera. Converse com seu médico, que poderá prescrever cremes de coricosteróides, compressas hamamélis e anestésicos locais.
Quem teve parto cesáreo não costuma sentir dor e desconforto no períneo, mas sim na incisão abdominal. Essa dor também pode ser tratada com gelo, bem como com a utilização de medicação para dor sistêmica.
As relações sexuais podem ser retomadas quando sangramento, vagina e vulva são curadas e a mulher sente-se física e emocionalmente pronta. Essa preparação física em geral dura três semanas. Métodos de controle de natalidade são importantes no início porque a primeira ovulação é bastante imprevisível.
Caso você esteja experimentando sintomas que fogem da normalidade, como cansaço ou tristeza por longos períodos, procure ajuda médica especializada para um correto diagnóstico e tratamento da situação.
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