O siso leva o apelido de dente do juízo pelo momento em que costuma sair da gengiva para fazer parte da arcada dentária. Sua erupção é tardia em relação aos outros dentes, levando consigo um sentido de maturidade.
Entenda melhor o dente do juízo
Também chamado de terceiro molar, o siso é o último de todos os dentes a sair da gengiva, explica Bruna Picciani, especialista em estomatologia, doutora em patologia e membro da Associação Brasileira de Odontologia, núcleo do Rio de Janeiro. No total são quatro sisos, dois inferiores e dois superiores.
Ela afirma que o dente do juízo costuma erupcionar entre 18 e 24 anos de idade. “Em algumas pessoas não há o germe dentário, não havendo a formação do siso”. Uma teoria para explicar essa ausência é a evolução da espécie humana, que se adapta às necessidades. Essa mudança reduziu o número de dentes na arcada.
Em outros casos o siso se desenvolve, mas não se desloca do seu local no interior da gengiva. Nessas pessoas, só pode ser descoberta a presença do dente através de radiografia.
O hábito de consumir alimentos cozidos e macios influenciou essa evolução. Os humanos não têm mais a necessidade de mastigação vigorosa para a sua alimentação diária. “Não há o desenvolvimento dos maxilares, assim, os siso não nascem”, salienta a especialista.
Remoção dos sisos
Bruna afirma que o dente do juízo precisa ser extraído quando ele não nasce de forma adequada. Seu mau posicionamento gera alteração na mordida e dificuldade para escovar os dentes corretamente, situações indesejadas para a saúde bucal.
Além desses probleminhas, os sisos devem ser removidos quando estiverem em contato com os segundos molares, provocando reabsorção da raiz (deixando o dente mais vulnerável), quando a erupção for parcial, quando houver desalinhamento ou apinhamento dos dentes vizinhos, na presença de lesão de cáries ou até trauma na bochecha.
Consultar um dentista com regularidade permite que a necessidade de extração dos sisos seja conhecida ainda na juventude. O posicionamento e a estrutura bucal indicam, para o especialista, as chances de esses dentes causarem danos à saúde bucal.
Em geral, a dor da erupção é o que leva muitas pessoas a procurar uma solução. A cirurgia é feita por um cirurgião-dentista e com anestesia local. É possível remover os quatro dentes de uma vez só, mas apenas o profissional que irá realizar o procedimento pode avaliar a situação e definir o andamento.
Segundo a especialista consultada, os cuidados pós-extração envolvem tomar corretamente a medicação prescrita pelo cirurgião, uso de gelo a cada 20 minutos nos dois primeiros dias para redução do inchaço e higienização adequada na área operada. Uma dieta líquida e pastosa em temperatura ambiente é a mais recomendada nas primeiras 48 horas de recuperação.
“Não é indicado realizar bochecho, cuspir, usar canudo ou fumar nas primeiras 24 horas após o procedimento”, recomenda a especialista. Em caso de dor, febre ou sangramento, é preciso entrar em contato com o profissional para contornar a situação e reduzir o desconforto.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!