Estilo de vida voltado para a alimentação natural e orgânica, o raw food, comida crua em inglês, é um movimento que surgiu nos Estados Unidos na década de 1990 e ganha cada vez mais adeptos no Brasil. Ao contrário do que pode parecer, adotar o cardápio cru não significa se alimentar somente de sushi e legumes.
Entenda como funciona a alternativa e como incluir hábitos mais saudáveis nas refeições diárias.
Características e benefícios do raw food
De acordo com a nutricionista Adriana Pittelkow, a alimentação viva busca reconectar o ser à natureza, fonte primordial de alimentos. “Ao reduzir o consumo de cozidos, processados, ricos em pesticidas, conservantes, açúcares e gorduras, diminuímos o risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares”, alerta.
“O movimento raw food relembra que somos feitos de nutrientes e que nossa saúde e qualidade de vida depende do que comemos”, explica. Segundo a profissional, as fibras e os probióticos presentes em abundância na alimentação garantem a saúde do intestino, aliados à capacidade de melhorar a imunidade e aumentar a produção de serotonina e absorção de vitaminas.
Além disso, a nutricionista ressalta que, com o consumo intenso de vegetais verdes, coloridos, brotos, ocorre uma eliminação diária de toxinas e absorção intensa de nutrientes que fornecem bem-estar, saúde e longevidade.
Para a profissional, a dieta é totalmente saudável, mas se os alimentos crus puderem ser orgânicos, os resultados serão muito melhores. O cardápio é baseado essencialmente em crus e exclui qualquer produto ou comida de procedência animal.
“Esse é o cruvidorismo, também conhecido como “cozinha viva”, “alimentação viva” e também relacionada com o movimento raw food. Possui um viés científico e também espiritual-religioso, além de ser totalmente oposta a produtos que sejam cozidos ou fritos, por exemplo”, simplifica.
Mas por que adotar esse tipo de alimentação? Adriana explica que os adeptos da dieta comem frutas, legumes, verduras, grãos e sementes, mas tudo de forma crua. De acordo com a nutricionista, cientificamente é comprovado que os alimentos, ao serem aquecidos, perdem propriedades, e seus nutrientes e enzimas naturais são destruídos ou se desnaturam durante o processo.
Cuidados e restrições
A profissional aconselha a evitar alimentos fora da sazonalidade, refrigerados durante dias no supermercado ou que viajaram longas distâncias até chegar ao consumidor. Embora a raw food seja uma dieta alimentar considerada saudável, alguns casos devem ser considerados.
Adriana alerta que mulheres grávidas, crianças e idosos, pessoas com histórico de baixa imunidade, convalescentes e doentes renais crônicos devem consultar médicos e nutricionistas antes de aderir ao movimento.
“Não existe proibição de qualquer alimento. O que existe é uma consciência alimentar a partir do momento em que você reconhece quais alimentos fazem bem à sua saúde e deixa, naturalmente, de consumir aqueles de menor qualidade”, pontua.
Adriana indica o consumo de frutas, verduras, legumes, cereais integrais, castanhas, algas, sementes germinadas, brotos como girassol, lentilha, alfafa, leguminosas germinadas como feijões, óleo de boa qualidade como coco, linhaça e alimentos fermentados. A profissional sugere também a receita a seguir para quem deseja adotar a dieta. Confira:
Torta de chocolate raw food
Ingredientes:
½ xícara de cacau em pó
½ xícara de alfarroba
½ xícara de amêndoas moídas
1/3 de xícara de xarope de agave
¼ de xícara de manteiga de cacau
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes. Forre uma forma de fundo removível pressionando bem. Leve essa massa à geladeira por uma hora antes de colocar o recheio.
Recheio:
2 xícaras de cacau em pó
1 e ½ xícara de xarope de agave
¾ xícara de manteiga de cacau
1 pitada de baunilha (opcional)
Bata todos os ingredientes no liquidificador. Despeja sobre a massa que já deve estar gelada. Leve gelar novamente, por mais uma hora, no mínimo. Decore com morangos.
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