Clínica Geral

Pesquisa ajuda a dar diagnóstico mais rápido para gigantismo

Por Redação Doutíssima 06/06/2015

Um novo estudo da Universidade de Brasília (UnB) sugere uma causa comum para casos de gigantismo. Essa é uma condição relacionada à superprodução do hormônio de crescimento em crianças, provocando o desenvolvimento excessivo. A nova descoberta pode ajudar no tratamento dessa condição médica.

 

É importante não confundir o gigantismo com a acromegaliaque também causa crescimento excessivo, mas apenas em adultos.

gigantismo

Hormônio do crescimento em excesso pode ter relação com uma mutação genética. Foto: iStock, Getty Images

 

Mutação genética pode determinar gigantismo

Segundo a pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB), em parceria com outros centros de pesquisa da Bélgica e dos Estados Unidos, há uma possível causa comum para o gigantismo. Foram estudados casos de mais de 200 pacientes, ao longo de dois anos.

 

A análise genética dos investigados concluiu que uma mutação genética do cromossomo X talvez seja a causa dessa condição – ela foi indicada pelo estudo como síndrome de X-Lag. Até então, os cientistas tinham uma explicação científica para apenas uma parte dos casos de gigantismo – alterações nos cromossomos 11 e 17.

 

Segundo os especialistas, a síndrome de X-Lag se desenvolve em torno dos oito anos de idade. Para eles, as alterações nos cromossomos 11 e 17 seria uma causa apenas da acromegalia – ou seja, da doença do crescimento excessivo na fase adulta.

 

Um pouco mais sobre o gigantismo

O gigantismo é o crescimento excessivo, tanto em altura como em partes específicas do corpo. Ele está associado a distúrbios da glândula pituitária, localizada na base do cérebro. Tais distúrbios possuem diversas causas, como o tumor pituitário não canceroso.

 

Esse tumor afeta a glândula pituitária de tal forma que ocorre uma superprodução do hormônio do crescimento. E esse excesso de hormônio estimula o desenvolvimento em excesso de ossos, músculos e muitos órgãos internos. Quando isso acontece, o mais comum é que seus ossos aumentem de tamanho – principalmente os das mãos, dos pés e da face.

 

Vale esclarecer que esse tumor quase nunca se propaga para outras partes do corpo, mas é possível que ele atinja um tamanho superior a um centímetro e comprima os nervos circundantes. Nesses casos, ele pode afetar a produção de outros hormônios, como o da tireoide.

 

Além desse, certos tumores raros do pâncreas e pulmões também podem produzir hormônios que estimulam a hipófise a produzir quantidades excessivas do hormônio de crescimento, com consequências semelhantes. Quanto aos sintomas, a condição apresenta os seguintes:

– Estatura anormalmente alta

– Crescimento anormal da face, mãos e pés

– Ciclo menstrual irregular

– Transpiração excessiva com leve atividade

– Puberdade atrasada

– Visão dupla

– Surdez

– Dor de cabeça

 

Como a condição é tratada?

Os tratamentos visam interromper ou retardar a produção de hormônios do crescimento. Remover o tumor é sempre uma das principais opções, já que é a causa subjacente.

Se a cirurgia não for opção, o médico pode recomendar medicação. Na maioria das vezes, esses medicamentos são dados em forma de injeção, uma vez por mês.

Por outro lado, a radiocirurgia Gamma Knife é uma opção se o médico acreditar que a cirurgia tradicional é inviável. Esse tratamento consiste em aplicar radiação altamente focada, através de feixes, para atingir o tumor. Ela é realizada em nível ambulatorial, sob anestesia geral.

 

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