Durante a gravidez o corpo da mulher muda devido ao aumento na concentração de muitos hormônios no organismo. Um deles é a relaxina, produzido por ovário e placenta e que tem efeitos importantes no sistema reprodutor feminino ao longo da gestação. Em preparação para o parto, é ele que atua para relaxar os ligamentos na pelve e suavizar e alargar o colo do útero.
Importante hormônio da gravidez
Em mulheres esse hormônio é segregado na circulação pelo corpo lúteo do ovário. Ao longo da gestação ele também é liberado a partir da placenta – membrana que rodeia o feto e o revestimento do útero. Os efeitos da relaxina são mais bem notados durante o ciclo reprodutivo feminino e a gravidez.
Normalmente os níveis aumentam após a ovulação, durante a segunda metade do ciclo menstrual. Nessa fase ele atua para relaxar a parede do útero e preparar o revestimento uterino para a gravidez. Caso não haja fecundação, os níveis caem novamente.
Por outro lado, ao longo da gestação esse hormônio apresenta-se mais elevado no primeiro trimestre. Nesse momento, acredita-se que ele é importante para promover a implantação do feto em desenvolvimento na parede do útero e o crescimento da placenta, inibindo ainda contrações uterinas e evitando assim partos prematuros.
Esse hormônio ainda é capaz de atuar regulando os sistemas cardiovasculares e renais da mãe para ajudá-la a adaptar-se ao aumento de demanda por oxigênio e nutrientes para o feto e ao processamento dos resíduos resultantes. Isso pode ocorrer em razão do relaxamento dos vasos sanguíneos – que aumenta o fluxo sanguíneo para placenta e rins.
Já no final da gravidez, ele ajuda a promover a ruptura das membranas que rodeiam o feto e o crescimento e abertura do colo do útero e da vagina para auxiliar o processo de parto. Há também algumas evidências de que ele atua relaxando os ligamentos na frente da pelve para facilitar o nascimento.
A relaxina ainda pode influenciar a pressão arterial pelo relaxamento dos vasos sanguíneos, promover o crescimento de novos vasos sanguíneos e ter efeitos anti-inflamatórios. Todas estas propriedades muitas vezes o tornam um alvo terapêutico potencial para o tratamento de certas doenças.
Relaxina e seus efeitos para o coração
Uma versão sintética da relaxina é o ingrediente chave de uma nova classe de medicamento para insuficiência cardíaca aguda. Ele tem mostrado melhora nos sintomas e redução de mortes decorrentes dessa condição.
Os estudos vêm sendo conduzidos desde 1975 pelo Instituto Howard Florey, primeiros a isolar os genes desse hormônio e a criá-lo artificialmente, permitindo sua exploração com usos terapêuticos.
Dentre as maiores surpresas do uso desse hormônio estão seu potencial para o tratamento de vários problemas de saúde. Ele é capaz de quebrar o tecido cicatrizado e essa capacidade pode ser aplicada a órgãos danificados, como pulmões e rins.
Além disso, um ensaio publicado na revista médica The Lancet mostrou que a droga à base desse hormônio tem reflexos positivos em pessoas com insuficiência cardíaca. Ela foi capaz de melhorar os sintomas e reduzir as mortes em um terço após seis meses de uso.
Os especialistas indicam ainda que baixos níveis de relaxina podem contribuir para um problema conhecido como escleroderma, em que a pele fica mais grossa e endurece. Isso é causado pelo desenvolvimento de fibrose e cicatrizes na pele, que também ocorre em vasos do pulmão, do estômago e do sangue.
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