Clínica Geral

Entenda quando a perda de olfato é sinal de algo errado

Por Redação Doutíssima 24/11/2015

A perda de olfato pode ser muito incapacitante, capaz de reduzir a qualidade de vida e afetar a saúde. Esse sentido está intrinsecamente ligado a emoções, capacidade de provar e até mesmo atração sexual. Pois saiba que diversos estudos indicam que o olfato é um sentido importante para prever a longevidade – e que se você perder o seu, esse pode ser um sinal muito ruim. 

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Problemas para identificar cheiros podem ser o prenúncio de morte em até cinco anos. Foto: iStock, Getty Images

 

Perda de olfato pode prever morte 

O sentido do olfato está ligado a diversos processos fisiológicos do organismo. Essa é a conclusão de pesquisadores da Universidade de Chicago, que concluíram que problemas para identificar cheiros podem ser o prenúncio de morte em até cinco anos.

 

Para chegar a esse resultado foi usada uma amostragem de 3 mil adultos mais velhos. Os dados mostraram que aqueles com incapacidade de perceber odores apresentam quatro vezes mais chances de morrer em cinco anos, se comparados aos que tinham o sentido em boas condições.

 

Especificamente, 39% dos participantes que falharam no teste de cheiro acabaram morrendo em cinco anos. Trata-se de número inferior aos 19% daqueles que tiveram perda moderada e aos 10% das pessoas com olfato saudável.

 

A ponta do nervo olfativo contém os receptores de cheiro, sendo a única parte do sistema nervoso continuamente regenerada por células estaminais. A produção dessas novas células diminui com a idade e acredita-se que isso esteja associado à redução gradual da capacidade de diferenciar odores. Quando ocorre, a perda de olfato é capaz de indicar que o corpo está entrando em estado de abandono e é incapaz de reparar-se por conta própria.

 

Esse nervo também é a única parte do sistema nervoso exposta ao ar livre. Dessa forma também é mais propenso a agentes patogênicos, sendo a perda do cheiro muitas vezes um aviso prévio de algum outro problema de saúde.

 

Causas e tratamentos

Muitos especialistas indicam que lesões na cabeça são uma das causas mais comuns da perda desse sentido. A inflamação da passagem nasal também é capaz de resultar em perda de olfato a longa duração – sobretudo se houver a presença de inchaços conhecidos como pólipos nasais. Vale ficar atento ainda a outros problemas nasais como fraturas, rinite alérgica e tumores – tanto benignos, quanto malignos.

 

Além disso, raramente algumas pessoas nascem sem qualquer senso de cheiro. Isso ocorre em parte por uma condição chamada Síndrome de Kallmann. Ela influi na falta de produção de hormônios da glândula pituitária devido a um defeito no hipotálamo.

 

Tratar esse problema depende da causa adjacente. Quando há infecções bacterianas os antibióticos costumam acelerar o processo de cura e, em casos de problemas nasais alérgicos, muitas vezes os descongestionantes já bastam.

 

Em situações mais graves decorrentes de doenças, tumores ou distúrbios neurológicos, o médico certamente atacará essa causa subjacente. De toda forma, em certas enfermidades o cheiro pode ser prejudicado de forma permanente.

 

Não há maneira cientificamente comprada de evitar a perda de olfato. Porém, é possível minimizar o risco de resfriados ou infecções lavando as mãos ao longo do dia. Além disso, familiarize-se com possíveis efeitos colaterais de medicamentos que esteja tomando – muitas vezes são eles os grandes culpados e, se isso ocorrer, converse com o médico para substituí-lo se possível.


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