Clínica Geral

Entenda como se desenvolve a miastenia grave, doença que ataca os músculos

Por Redação Doutíssima 23/04/2014

Fraqueza muscular, cansaço excessivo, falta de ar, dificuldade para mastigar e engolir, visão dupla. Apesar de serem sintomas muitas vezes comuns do dia a dia de quem vive sob uma intensa rotina de estresse, a presença destas condições pode sinalizar a miastenia grave. Podendo se manifestar em qualquer idade, a doença autoimune provoca fraqueza muscular progressiva.

miastenia grave

Fraqueza é um dos sintomas da miastenia grave. Foto: Shutterstock

A patologia é decorrente de distúrbios nos receptores de acetilcolina, que estão localizados na placa existente entre os nervos e os músculos, o que acaba interferindo na transmissão do impulso nervoso, provocando o enfraquecimento dos músculos estriados esqueléticos.

Mais recorrente entre as mulheres de 20 e 35 anos (depois dos 60 anos, esta relação se inverte), a miastenia grave se apresenta em duas formas: a autoimune, ou adquirida e a congênita.

Na forma autoimune, a resposta imunológica do indivíduo se volta contra os componentes da placa motora responsável pela transmissão do estímulo nervoso, que faz com que o músculo se contraia. Já na congênita, os anticorpos produzidos pela mãe passam pela placenta e atingem o feto.

As causas da miastenia grave não são conhecidas. No entanto, há registros de relação entre a doença e tumores do timo, uma glândula ligada ao sistema imunológico e que produz anticorpos.

Sintomas da miastenia grave

Como os sintomas não aparecem em conjunto e desaparecem espontaneamente, podendo até se manifestar de forma descontinuada, os primeiros indícios da miastenia podem passar despercebidos durante anos. Entre eles, estão a fraqueza da pálpebra e dificuldades para abrir os olhos ou piscar, fraqueza dos músculos dos olhos – que leva ao estrabismo e a visão dupla – e o cansaço muscular excessivo após exercício ou esforço físico.

Com o desenvolvimento da doença, os sinais se agravam, causando dificuldade para subir escadas, levantar os braços, escrever, falar, engolir alimentos, além de fraqueza dos músculos do pescoço – que deixam a cabeça pendida para frente ou para o lado – e dos braços e das pernas – que varia de intensidade ao longo de horas ou dias.

Apesar de raramente ser fatal, a miastenia grave tem complicações sérias. A mais significativa delas é a insuficiência respiratória, já que a fraqueza muscular pode atingir também o diafragma, músculo fundamental no processo de inspiração e expiração. Na ocorrência destes episódios, o paciente deve receber atenção redobrada, o que inclui uma possível internação em unidades de atendimento semi-intensivo.

Tratamento

Como a miastenia grave não tem cura conhecida, existem duas frentes para tratar a doença: medicamentosa ou cirúrgica. Por meio delas, busca-se estabilizar as possíveis crises, reduzir a sua progressão e melhorar a força do paciente.

Para fortalecer a imunidade, a medida adotada costuma ser o uso de imunossupressores ou corticoides. Já do ponto de vista físico, a indicação mais comum é o uso de anticolinesterásico, que aumenta a força. Se houver necessidade de cirurgia, retira-se o timo (timectomia), principalmente se ele estiver com o tamanho aumentado ou houver suspeita de tumor.

Nas situações mais graves, com insuficiência respiratória, adota-se o tratamento por plasmaferese e imunoglobulina. Enquanto a primeira responde por uma filtragem de parte do sangue, retirando elementos que possam estar causando a doença, a segunda atua como uma inserção de anticorpos para fortalecer o sistema imunológico por determinado período.

 

https://www.youtube.com/watch?v=Xtutz10Ysoc

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão DoutíssimaClique aqui para se cadastrar!

 

Saiba mais:

Dúvida do leitor: quais as causas dos tremores nas mãos e perda de força?

Dicas para reduzir o estresse

5 Dicas para lidar com o estresse

Saiba como identificar os sintomas de estrabismo em crianças e conheça os tratamentos

Tumores: linfangioma e hemangioma

Tudo o que você queria saber sobre o diafragma

Como combater o estresse de todos os dias