Muitos de nós já fomos incomodados pelo barulho de festas ou corte de grama do vizinho. Acontece que viver em um local barulhento – particularmente atormentado por trem ou aviões – é mais do que irritante. Estudos indicam que o excesso pode fazer muito mal à saúde.
O barulho e a saúde
A poluição sonora ocorre quando há qualquer quantidade excessiva de ruído ou um som desagradável provoca interrupção temporária no equilíbrio natural. Essa definição é geralmente aplicável a sons ou ruídos que não são naturais.
O nosso ambiente é de tal forma que se tornou difícil escapar do ruído. Mesmo aparelhos elétricos em casa têm um zumbido constante e, de um modo geral, a falta de planejamento urbano aumenta a exposição a sons indesejados.
Ruídos em casa, trabalho ou escola muitas vezes perturbam a concentração das pessoas. Só que o ruído não causa apenas problemas de saúde como a deficiência auditiva. Acredita-se que ele também perturbe atividades e comunicação, causando irritação.
Em alguns casos, essa irritação pode levar a doenças, segundo um estudo publicado na International Archives of Occupational and Environmental Health.
A resposta ao ruído depende de características do som, incluindo intensidade, frequência, complexidade, duração e significado do ruído. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a exposição desprotegida a níveis superiores a 100 dB de som deve ser limitada no tempo de quatro horas e à frequência de quatro vezes ao ano.
Problemas de saúde relacionados ao barulho
O número combinado de exposição a ruído ocupacional, recreativo e ambiental constitui uma ameaça grave para a saúde pública que vai muito além de danos à audição, de acordo com uma equipe internacional de pesquisadores, que incluiu peritos da Universidade da Pensilvânia.
Publicado no The Lancet, o estudo analisou as últimas pesquisas sobre impacto do ruído em uma matriz de indicadores de saúde: perda auditiva, doença cardiovascular, desempenho cognitivo, saúde mental e distúrbios do sono.
A partir daí, tiraram algumas conclusões para informar a comunidade médica e o público leigo sobre a carga dos efeitos auditivos e não-auditivos do ruído.
Geralmente os altos níveis de ruído causam perda de audição, mas a pesquisa indica que também pode haver efeitos não-auditivos. Segundo os especialistas, os efeitos da exposição a ruído ambiental e social são subestimados porque afetam o sistema cardiovascular.
As consequências são maiores: índices de hipertensão, doenças isquêmicas do coração e acidente vascular cerebral.
Por outro lado, um relatório da OMS indica que os reflexos na saúde são capazes de levar a deficiência social, redução da produtividade, diminuição do desempenho na aprendizagem, absenteísmo no trabalho e escola, e aumento do uso de drogas e acidentes.
Estudos revelam ainda que para as crianças que crescem expostas ao excesso de barulho, a situação pode ser ainda mais grave – e não apenas em razão de problemas de aprendizagem. Essa é a conclusão de uma pesquisa conduzida por psicólogos ambientais da Universidade de Cornell.
O levantamento foi publicado na revista Environment and Behavior, e analisou o impacto do ruído constante de aviões a jato em crianças que vivem em áreas sob as rotas de voo de um aeroporto.
Segundo os pesquisadores, esse som é tão prejudicial que pode causar aumento da pressão arterial e dos níveis de estresse nos pequenos, desencadeando outros potenciais efeitos que terão ramificações ao longo de suas vidas.
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