Clínica Geral

Memória seletiva: entenda a facilidade em guardar informação

Por Redação Fortíssima 21/12/2015

Pare um momento e tente pensar em todos acontecimentos de sua vida. É provável que você consiga lembrar apenas de alguns eventos – trata-se do que muitos chamam de memória seletiva.

Isso ocorre porque muitas situações tidas como “desnecessárias” são eliminadas por um mecanismo automático do cérebro. Mas você é capaz de desempenhar um papel nesse processo também.

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Emoção é um componente importante naquilo que conseguimos lembrar, dizem especialistas. Foto: iStock, Getty Images

Memória seletiva existe, dizem cientistas

A memória seletiva é comum para as pessoas. Todos lembramos de certos acontecimentos e situações de formas diferentes. Nossa capacidade de recordar com clareza eventos como férias passadas ou festas de aniversário da infância muitas vezes pode ser muito maior do que lembrar do trajeto feito para chegar ao trabalho ontem. Por que isso acontece?

Cientistas e psicólogos ainda estão desvendando os segredos do funcionamento da memória no cérebro humano. A emoção é um componente importante naquilo que conseguimos lembrar, especialistas indicam. Acredita-se ainda que a adrenalina desempenhe papel relevante – daí o porquê conseguirmos lembrar eventos excitantes com mais facilidade do que os desinteressantes.

Um estudo da Pennsylvania State University descobriu que a memória é capaz de ser ainda mais seletiva do que se pensava. A pesquisa foi publicada na revista Psychological Science, e envolveu 100 estudantes que foram divididos em vários grupos.

Para cada um deles foi mostrada uma tela com quatro caracteres em diferentes variações – por exemplo, três números e uma letra –, sendo dito que ao final teriam que indicar em que canto estava a letra. Depois de algum tempo os caracteres desapareciam da tela e praticamente todos conseguiram dar a resposta correta.

Esse experimento foi feito repetidas vezes. Em determinado momento, resolveu-se mudar a metodologia. Apareceram na tela quatro letras e foi perguntado aos estudantes qual a letra que aparecia originalmente. De forma surpreendente, apenas 25% identificá-la corretamente. Quando realizado novamente o teste a porcentagem subiu para 65% a 95% de acertos.

De acordo com os pesquisadores, a partir disso é possível dizer que a expectativa das pessoas tem um papel importante quando se trata da memória – quando eles são pedidos a lembrar algo específico conseguem fazer o cérebro concentrar em guardar essa informação, descartando as secundárias.

Treinar a mente para esquecer momentos embaraçosos

Um estudo da Universidade de Lund, Suécia, indica que as pessoas são capazes de treinar seus cérebros para esquecer determinadas memórias – inclusive as embaraçosas. Segundo os pesquisadores, são os próprios seres humanos quem controlam esse mecanismo em seu cérebro.

Foi solicitado aos participantes da investigação que praticassem o esquecimento – ou ao menos tentassem esquecer determinados fatos. Monitorando os cérebros dos voluntários com eletroencefalograma, notaram que quando as pessoas tentavam esquecer algo as mesmas áreas do cérebro dela eram ativadas.

Através do exame eles também identificaram o exato momento em que a memória era “apagada”. Os cientistas observaram que a memória retornava após algumas horas, mas que quanto mais frequentemente os participantes tentavam reprimi-la mais difícil era para eles relembrá-la posteriormente.

Então se você tem alguns pensamentos embaraçosos e quer deixá-los esquecidos na memória, uma boa alternativa é começar a treinar sua mente para isso. Foque nos momentos felizes e pare de retornar a acontecimentos que foram ruins para você.

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