A discussão sobre a magreza excessiva de modelos é recorrente no universo da moda. Não apenas porque a imagem de mulheres com ossos aparecendo costuma ser associada a um padrão de beleza ideal, mas também porque essa condição pode estar associada a doenças perigosas, como a anorexia e a bulimia.
Embora não se saiba o número exato de pessoas que sofrem desses transtornos alimentares, eles têm se tornado cada vez mais comuns. Diante desse quadro, a França tomou uma posição e aprovou uma lei que proíbe modelos magras demais – fora dos padrões saudáveis – de trabalharem no país.
Magreza extrema: padrão das passarelas
A França se mostra cada vez mais preocupada com o padrão de beleza imposto às modelos e as consequências que ele pode trazer. Em abril, membros do parlamento francês já haviam proibido a contratação de modelos com Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo do considerado saudável pelo Ministério de Saúde e Trabalho.
O IMC é um cálculo que divide o peso em quilos pela altura em metros ao quadrado, para definir se ela está abaixo ou acima do que é considerado ideal. Se o resultado da conta for entre 17 e 18, isso significa que o indivíduo está abaixo do peso. Menos de 17, muito abaixo dele.
O que ocorre é que, para brilharem nas passarelas ou estrelarem campanhas de moda, as modelos precisam ter uma estrutura corporal que não condiz com índices que permitem manter a saúde. De acordo com a nova lei francesa, porém, isso não poderá mais ocorrer no país.
Em 18 de dezembro de 2015, a Assembleia Nacional Francesa, em Paris, definiu que a modelo deverá apresentar atestado médico comprovando seu estado de saúde para ser contratada.
Se qualquer agência ou marca desrespeitar a lei, as consequências vão de seis meses de cadeia até multa de € 75 mil, em torno de R$ 316 mil. E não é só a França que parece estar cada vez mais atenta à magreza excessiva. No ano passado, uma campanha da grife Saint Laurent foi banida no Reino Unido por apresentar uma modelo magérrima.
Países como Espanha, Chile e Israel também já têm leis regulamentadas que definem um padrão de peso para a contratação de modelos. O IMC deve ser de no mínimo 18, o limite que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera para um corpo saudável.
Mas o problema não fica restrito ao mundo da moda. Vistas como ícones da beleza, a modelos se tornam fonte de inspiração para outras mulheres, que dificilmente conseguem atingir o padrão idealizado. O resultado, além de frustração, é a tentativa constante de mudar o próprio corpo e a reprodução de preconceitos como a gordofobia.
Os perigos da magreza excessiva
O padrão das passarelas causa controvérsias desde que Kate Moss entrou em cena e redefiniu o corpo magro como símbolo de beleza. Atualmente, inclusive modelos classificadas como plus size, na verdade são apenas mulheres que vestem mais do que 38.
Embora grande parte das modelos já apresente um corpo alto e magro por natureza, é impossível negar que transtornos alimentares como a anorexia são comuns no mercado da beleza. Anemia, cansaço, vertigens, cabelos e unhas fracas, além de osteoporose, são alguns sintomas da doença.
Nos casos graves, o quadro pode levar à morte, como já aconteceu diversas vezes no universo das passarelas. Por isso, vale lembrar: IMC abaixo do ideal é motivo de alerta e demanda cuidados e atenção médica.
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