Se antes os suplementos alimentares eram restritos à rotina de atletas ou fisiculturistas, hoje a realidade já é bem diferente. À disposição de qualquer pessoa que queira melhorar o físico ou reforçar os músculos depois do treino na academia, o whey protein virou um verdadeiro fenômeno.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), em 2014 já haviam mais de 10 mil pontos de venda de suplementos esportivos no país. O whey, feito à base de proteína do leite, é disparado o mais popular – mas sua eficácia ainda é questionada.
Whey protein é o suplemento mais vendido no país. Foto: iStock, Getty Images
Pesquisa investiga eficácia do whey protein
Para desvendar o mitos e verdades sobre o whey protein, o programa Trust me, I am a doctor, da emissora britânica BBC, convocou o médico Stuart Gray, da Universidade de Glasgow, do Reino Unido, para fazer um experimento. A proposta foi justamente testar se a proteína extraída do soro do leite gera mais músculos.
A equipe de pesquisadores recrutou 24 voluntários, com idades entre 20 e 67 anos, para fazer um programa de oito semanas de levantamento de peso. Todos fizeram as mesmas séries de exercícios comuns nas academias, como prensa, extensão e flexão de pernas, adução de ombros com barra e flexão de barra, para citar alguns.
Os participantes fizeram essas atividades três vezes por semana e, depois de cada treino, metade tomava uma batida de proteína de soro de leite e a outra metade um placebo. Nem os voluntários e nem os pesquisadores sabiam quem estava consumindo qual.
Depois das oito semanas de treinamento, foi constatado que todos os participantes ganharam força. Não houve uma diferença estatística relevante entre os que tomaram whey protein e os que consumiram um placebo.
Todos registraram em seus diários alimentares que também consumiram cerca de 70 g de proteína diariamente, quantidade mais do que suficiente do que o corpo necessita naturalmente.
Com isso, os pesquisadores evidenciaram que o whey protein não garantiu nenhuma alteração no ganho de massa muscular. Principalmente porque o corpo, em cerca de quatro horas, só consegue utilizar entre 20 e 30 gramas de proteína, de forma proporcional à massa do indivíduo.
A conclusão do programa é que se você mantém uma dieta equilibrada e não sofre com doenças ou desnutrição, não precisa gastar dinheiro com esse suplemento. Para manter a massa muscular, basta fazer exercícios de resistência pelo menos três vezes na semana.
Como funciona o whey protein
Embora o experimento da BBC aponte que consumir whey protein é o mesmo que jogar dinheiro fora, os defensores do suplemento ainda defendem que ele proporciona benefícios que vão além do ganho de massa muscular. A nutricionista Daiana Mafort reforça que ele pode ajudar a saciar a fome e a controlar o apetite.
“Por ser rico em proteína, sua digestão é mais lenta, adiando a vontade de comer. Quando usado corretamente, pode ajudar aqueles que precisam perder peso”, afirma. Ela indica que a proteína também estimula o metabolismo, acelerando a queima calórica, o que evita a perda de massa magra.
É importante, porém, que você converse com o seu médico ou nutricionista antes de começar a tomar o suplemento, para avaliar a quantidade e se essa realmente é a melhor alternativa disponível para o seu organismo.
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