Pode até parecer estranho, mas há quem ainda trate o sexo como tabu. De acordo com Adiel Rios, psiquiatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a dificuldade em falar sobre o assunto ainda é real, o que leva muita gente a sofrer de distúrbios sexuais em silêncio.
Conforme lembra o médico, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a sexualidade é parte da personalidade de cada um e também uma necessidade básica que não pode ser separada de outros aspectos da vida.
Isso quer dizer que ela não é só sinônimo de coito e não se limita apenas ao orgasmo, pois também influencia pensamentos, sentimentos e interações. Justamente por isso, não deve ser ignorada.
Distúrbios sexuais frequentes
Para Rios, uma vez que a saúde é um direito humano fundamental e a sexualidade tem influência sobre fatores físicos e mentais, a saúde sexual também precisa ser abordada. Mas como descobrir se você sofre de um distúrbio nessa área? Inicialmente, é necessário entender que os transtornos podem se dividir entre disfunções e parafilias.
No caso de uma disfunção, conforme esclarece o médico, a característica principal é a presença de uma dificuldade sentida pela pessoa ou pelo casal durante qualquer estágio da atividade sexual, incluindo desejo, excitação ou orgasmo.
“A fase da excitação, por exemplo, depende de um histórico satisfatório de relações sexuais prévias”, explica. A falta de desejo sexual, por sua vez, não chega a ser incomum e atinge de 15% a 20% das pessoas, sendo mais comum em mulheres.
Ela é percebida pela falta de anseio por sexo, pela diminuição de vezes que ele é feito e mesmo pela repulsa do parceiro como alguém excitante. Há ainda outros aspectos que podem ter relação com esse distúrbio.
“Transtornos psiquiátricos como a ansiedade generalizada e a depressão maior podem ser os responsáveis”, aponta o médico. No caso das mulheres, a ausência de excitação pode ocasionar ausência parcial ou total da lubrificação na vagina.
Já para os homens, a incapacidade de ter uma ereção e a ejaculação precoce são alguns dos sintomas mais comuns, que podem ter causas físicas ou psicológicas. Ao se deparar com tais distúrbios, não hesite em buscar ajuda.
Muitas disfunções sexuais são escondidas e geram quadros de solidão, ansiedade e sintomas de depressão. O tratamento inclui uma avaliação médica criteriosa, com exames individualizados e psicoterapia.
Quando o prazer se torna distúrbio?
Na categoria dos transtornos sexuais entram também as parafilias. Elas são caracterizadas por anseios, fantasias ou comportamentos sexuais recorrentes – e muito intensos – que envolvem objetos, situações ou atividades incomuns. É o caso da pedofilia, do fetichismo, do sadismo e do masoquismo – alguns dos mais frequentes.
Ao contrário do que se poderia pensar, as parafilias também podem causar sofrimento significativo e prejuízo na sociabilidade e em outras áreas importantes na vida do indivíduo. Por isso, ao se deparar com fantasias consideradas impróprias, buscar ajuda também é fundamental.
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