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Disfunção erétil: problema pode estar ligado ao lado emocional

Por Francine Costanti 01/06/2020

Sabe quando você está muito empolgado para ter uma relação sexual com a parceira e na hora H não consegue manter a ereção? Pois é! A disfunção erétil (dificuldade de ereção ou impotência sexual) pode acontecer com qualquer homem e a qualquer momento. Se acontecer com frequência, o problema deve ser investigado e tratado para que o homem volte a ter uma vida sexual normal. 

“A disfunção erétil é a incapacidade de o homem manter a ereção do pênis tempo suficiente para o intercurso sexual que seja satisfatório tanto para ele quanto para a(o) parceira(o), explica o urologista Dr. Alex Meller, que atua na Unifesp e no Hospital Israelita Albert Einstein.

Veja a conversa detalhada que tivemos com o especialista, que explica por que alguns homens sofrem com dificuldade de ereção e indica tratamentos para a cura do problema. 

Metade dos homens pode ter algum problema de disfunção erétil em todas as faixas etárias. Foto: iStock

Quais são as principais causas da disfunção erétil?

As principais causas da disfunção erétil são a diabetes, a hipertensão, aumento do colesterol, tabagismo, sedentarismo e, com menos frequência, em pacientes que usam determinados medicamentos, por conta de algumas cirurgias, por exemplo, a de próstata ou por conta de doenças neurológicas. Nesse caso estamos falando de causas orgânicas, mas existem as causas psicológicas que é quase sempre relacionado à questão da ansiedade. 

O problema pode afetar homens de qualquer idade?

Sim! As pesquisas mostram que, aproximadamente, metade dos homens pode ter algum problema de disfunção erétil em todas as faixas etárias da vida. O que muda é a causa: os mais jovens costumam apresentar o problema por conta do psicológico (ansiedade, estresse…), enquanto que os mais velhos sofrem de disfunção erétil por causas mais orgânicas (de saúde).

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Muitos homens sofrem com problemas de ereção no Brasil?

Existem muitos homens sofrendo de disfunção erétil, tanto no Brasil como no mundo todo. É válido lembrar que o problema não está ligado somente à dificuldade de ereção, mas também a ejaculação precoce, que pode levar a uma disfunção erétil porque o homem não consegue ter uma relação sexual satisfatória. 

Por isso, caso o homem não consiga ejacular, não atingir o orgasmo, ter uma ejaculação muito rápida ou não ter uma ereção configura uma alteração na disfunção erétil. 

O homem pode acordar com ereção e, na hora do sexo, falhar?

Pode, sim, porque a ereção noturna, muitas vezes, é um mecanismo do corpo de estimular a ereção para que homem tenha um enchimento peniano de sangue. Essa ereção está mais associada à bexiga cheia de urina. Por isso é muito comum acordar com vontade de fazer xixi e com o pênis ereto.

Esse estímulo independe do aspecto psicológico, então se o homem acorda com ereção por conta desse estímulo (mais natural), esvazia a bexiga, não se estimula ou algo o bloqueia para o ato sexual, pode perder a ereção e não consegue mantê-la no sexo. 

Quais são os tratamentos mais comuns? 

Costumamos classificar os tratamentos em uma escadinha. O primeira deles é através de medicações orai e que, se for uma causa psicológica, muitas vezes podemos associar medicação oral à psicoterapia, mas a princípio começamos com a medicação oral.

Na sequência, se esse tipo de tratamento não estiver funcionando podemos usar as medicações injetáveis no corpo cavernoso, que são injeções que causam ereção e, por último, o implante de próteses artificiais. 

Existem dois tipos: a prótese semirrígida, um tubo que se coloca dentro do pênis, que é dobrado ou esticado na hora da ereção, e as próteses infláveis, que são tubos que se enchem com soro e que o homem tem ereção quando necessário.

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Depois de tratado, o problema pode persistir?

Sim, pode persistir porque o tratamento é paliativo. Ainda não existe um tratamento definitivo para o problema, a não ser que o homem use uma prótese, mas as medicações se fazem necessárias enquanto o problema persistir. 

Se a disfunção é de caráter psicológico, muitas vezes é tratável, mas se é mais orgânico (dificuldade de enchimento do pênis por problemas vasculares), é um quadro mais difícil de reverter. O que acontece é que muitas vezes nós mantemos o medicamento para que o paciente tenha uma vida sexual normal. 

Ainda é um tabu homens procurarem pelo tratamento ou isso mudou?

Ainda é sim! Na maioria dos casos, antes de procurar ajuda profissional, pede conselhos para amigos, toma medicações por conta própria. E, nesse processo, pode acontecer, sim, uma tentativa de auto tratamento. De todo modo, hoje sentimos que os homens têm mais acesso à informação, até por conta da internet, por isso eles tendem a procurar um tratamento com mais liberdade.