Você sabe as diferenças entre bulimia e anorexia? Em 2011, a atriz e cantora Demi Lovato desabafou quando disse que, desde o colégio, sofria de distúrbios alimentares. Ao assumir já ter estado entre a estimativa de mulheres que sofrem com o problema, Demi emitiu um alerta aos fãs e às famílias: é necessário admitir e buscar ajuda para seguir em frente.
O que pode parecer um simples capricho da juventude, esconde razões genéticas, culturais, hormonais e emocionais que, se não tratadas, podem levar à morte. No Brasil, segundo artigo publicado em 2000 pela Revista Web, uma a cada 250 adolescentes tem bulimia e anorexia. Nos Estados Unidos, a estimativa é de uma para 100.
Qual a diferença entre bulimia e anorexia?
Olhar-se no espelho e sempre achar que está acima do peso. Além disso, por mais que a balança mostre que você está no peso ideal ou abaixo dele, você se priva de comida. Isso pode ser anorexia.
Como consequência, a falta de alimentação em casos mais graves leva, além da perda de peso, à perda de cabelos, dentes e causa outras complicações que podem levar ao óbito.
Já a compulsão por muita comida e formas de se livrar do alimento ingerido caracteriza a bulimia (“fome de boi”). Vômitos, laxantes, diuréticos e até exercícios físicos em demasia são artifícios para que a pessoa se livre da culpa e de tudo o que comeu.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1% da população sofre com transtornos alimentares. Dessas pessoas, 90% são mulheres. Os dados não são precisos porque, nesse contexto, muitos escondem o problema que, na prática, atinge mais pessoas do que mostra a estatística.
O motivo, segundo a psicóloga e psicanalísta Maraisa Abrahão, envolve a vergonha e o estereótipo que muitos que sofrem de bulimia e anorexia passam. “Os homens, por exemplo, devido a resistências, demoram mais que as mulheres para buscarem ajuda médica, o que aumenta os perigos e complicações naturalmente decorrentes”, explica.
Para Maraisa, as causas desses transtornos podem estar ligadas a um ou mais fatores determinantes, como genéticos, hormonais, emocionais, pressão social e motivações estéticas.
Do ponto de vista psicanalítico, Maraisa explica que na bulimia há uma tentativa desesperada de preenchimento do vazio, enquanto na anorexia, um excesso no qual não há espaço para mais nada.
“Em ambos os transtornos, há uma busca de si mesmo como sujeito, uma busca do posicionar-se como masculino ou feminino para se relacionar de alguma maneira com mães bastante exigentes e competitivas, dentro das novas maneiras de ser família”, diz.
Bulimia e anorexia: procure ajuda
Para se chegar à cura, é preciso admitir o problema, e isso nem sempre é fácil. Segundo Maraisa, em sujeitos com bulimia e anorexia, ocorre a “distorção da própria imagem”. “São pessoas que não são confiantes de seu potencial, são bastante caladas sobre suas emoções e utilizam a comida como um regulador de angústia”, revela.
Diante de uma suspeita de bulimia e anorexia, não tenha medo de procurar ou recomendar ajuda. O tratamento, em geral, envolve um grupo de profissionais da área de nutrição, psicologia, clínica e outras especialidades, de acordo com a gravidade do caso.
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