Grávida aos 46 anos, a atriz Carolina Ferraz deu início a uma polêmica ao afirmar que não pretende realizar o parto humanizado. “Vou ganhar no hospital”, afirmou a atriz. A declaração gerou reações bem acaloradas, como a da blogueira Rita Lisauskas, que chegou a publicar uma carta direcionada à Carolina no espaço que mantém no site do Estadão.
A polêmica em questão é conceitual. Rita parte do princípio do conceito de parto humanizado que, segundo ela, de maneira errada tem sido confundido com parto em casa. “Parto humanizado também pode ser feito no hospital”, diz a blogueira.
O que é o parto humanizado
Este tipo de parto respeita a autonomia e o protagonismo da mulher, que respeita suas escolhas e o processo natural do nascimento do bebê. A afirmação é de uma das maiores autoridades em parto humanizado, a enfermeira Mayra Calvette, responsável por partos de famosas, entre elas, os da top Gisele Bundchen e especializada em Obstetrícia e Neonatologia.
“É uma assistência integral com sensibilidade, amorosidade, individualizada e focada nas necessidades do binômio mãe/bebê e não baseado em medos, crenças e mitos. É bom atentar que o parto humanizado algumas vezes não é natural, se a mulher opta por analgesia que por vezes pode ser seguida por outras intervenções”, diz Mayra. Ela ressalta que, mesmo assim, não deixa de ser humanizado, pois respeitou a escolha da mulher.
Durante a gestação, explica Mayra, a mulher se prepara, faz seu plano de parto e busca o local que ela se sente mais segura e tranquila para parir, que pode ser em casa, no hospital ou em uma casa de parto.
Como o parto humanizado acontece
O parto natural ou humanizado não necessariamente ocorre em ambiente hospitalar. E pode ser realizado em casa, sem rompimento artificial da bolsa do líquido amniótico – o que ocorre espontaneamente. “Sem processo anestésico e sem episiotomia (corte no períneo), com a posição de cócoras sendo uma das mais realizadas”, diz a ginecologista Regina Paula Zambotti.
O trabalho de parto inicia quando o bebê está pronto para nascer. “A mulher instintivamente se movimenta, muda de posições, respira da forma que ela se sente mais confortável. Durante o parto, a mulher escolhe a posição para parir”, explica Mayra.
Geralmente são posições verticais (cócoras, joelhos, em pé), de lado ou de quatro, na água ou fora da água. O bebê nasce e vem direto para seu colo. O corte no cordão umbilical é realizado depois que ele parar de pulsar. “O contato entre mãe e bebê é a coisa mais importante que existe nesse momento. Eles precisam um do outro! O bebê, instintivamente, busca o seio materno e mama pela primeira vez”, relata.
Mãe há quase um ano, Mayra Calvette também fala de sua própria experiência com o parto humanizado. “Posso dizer que é uma experiência que eu gostaria de passar muitas e muitas vezes se fosse possível. Dá ainda mais vontade de gritar para mundo e falar para as mulheres não perderem essa oportunidade única na vida de passar por essa experiência de tanto poder, abertura, expansão, renascimento e transformação”, diz Mayra.
E você: está pronta para viver esse momento?
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