A depressão é um realidade que atinge 11,2 milhões de brasileiros. Esse total faz parte dos 40% de pessoas no País que possuem, pelo menos, uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT), de acordo com dados publicados pela Pesquisa Nacional de Súde (PNS). Assim, neste índice, estão incluídas as vítimas da depressão crônica.
O estudo, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que essas doenças atingem principalmente as mulheres, o que equivale a 44,5%, contra 33,4% de homens. A depressão deve se tornar a doença mais frequente nos próximos 20 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A depressão atinge pessoas com 18 anos ou mais no País, sendo que o diagnóstico da doença corresponde a 7,6% da população. Para entender melhor como esta doença age e se manifesta, o psiquiatra e psicoterapeuta Fernando Schneider explica que depressão é uma palavra usada tanto para expressar um afeto similar à tristeza, quanto para denominar uma doença do humor. Quando estes sintomas se acentuam, tem-se um quadro de depressão crônica.
Segundo o psiquiatra, há mais de um tipo de depressão, mas todos eles, inclusive a depressão crônica, têm em comum o fato de serem definidos pela alteração do humor do indivíduo de forma consistente, por vários dias em sequência.
A depressão pode ser o resultado de uma pré-disposição genética que altera a bioquímica cerebral, diminuindo a produção de dopamina e de outros neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar. Acontecimentos como traumas na infância, estresse psicológico ou o consumo de drogas podem alterar a bioquímica do cérebro e levar o indivíduo à depressão.
Depressão crônica induz consumo de álcool e drogas
A doença pode levar a outros problemas, como o transtorno de ansiedade, bipolaridade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), entre outros. A depressão induz o indivíduo ao consumo de álcool e drogas, na tentativa de aliviar a dor, o que resulta na dependência química. Com isso, o quadro se agrava, gradativamente.
Considerado o 4º maior motivo de afastamento do trabalho, a depressão precisa ser encarada sem preconceitos. É necessário entender que os indivíduos que enfrentam a doença precisam de cuidados médicos.
A depressão crônica, que pode começar com um quadro leve, está relacionada a vários fatores de risco como o fumo, o consumo abusivo de bebida alcoólicas, excesso de peso, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo. Tudo isso pode desencadear um quadro leve que vai variar até chegar a níveis preocupantes de depressão, criando um perigoso círculo vicioso.
“A depressão não escolhe idade, gênero ou raça. E é por esta razão que parentes e familiares devem ficar atentos quando existe mudança de comportamento nas crianças, adolescentes e idosos. O mesmo quando amigos ou pessoas próximas evitam sair de casa, têm dificuldades de relacionamento ou no trabalho . A depressão, como qualquer outra doença, tem seus sintomas”, complementa a psiquiatra Julieta Guevara.
Tratamento da depressão crônica
Especialistas explicam que o melhor tratamento para a depressão crônica é a associação dos remédios com a terapia. Essa combinação é imprescindível nos casos crônicos, de acordo com Schneider. Quando o quadro é mais leve, diz ele, muitas vezes, somente a terapia pode resolver.
Assim, analisados os casos e o histórico de cada paciente, começa o tratamento com medicamentos antidepressivos. Eles funcionam provocando alterações em diferentes sistemas de neurotransmissores no cérebro. O médico destaca que o efeito clínico não é imediato. Em geral qualquer antidepressivo precisa duas a duas a três semanas para começar a fazer efeito.
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