Quando se fala em faloplastia, muitos homens acham que essa cirurgia está relacionada ao aumento do pênis. Mas o fato é que esse procedimento está ligado à reconstrução do órgão genital masculino e é indicado para casos bem específicos.
Se você pensa em fazer o procedimento apenas para aumentar o tamanho do órgão, saiba que muitas organizações de saúde não apoiam essa prática.
Quando a faloplastia é indicada?
A faloplastia nada mais é do que a reconstrução peniana. Essa cirurgia envolve a remoção de tecidos, nervos e artérias, normalmente do braço para construir um novo pênis. Atualmente, novas técnicas com a utilização de tecidos de outras partes do corpo têm sido desenvolvidas.
Ela é indicada para homens que por razões congênitas ou adquiridas ao longo da vida tenham perda parcial ou completa do órgão, bem como para mulheres com disforia de gênero.
Além disso, o procedimento também é realizado em casos nos quais o órgão é removido – por exemplo, tratamento de câncer, gangrena na área genital, queimaduras graves ou fascite necrosante, uma infecção bacteriana que afeta o tecido.
Apesar do apelo de muitas clínicas, não é recomendado usar a faloplastia para aumentar o tamanho do pênis. Há muitos riscos associados a esse procedimento, já que mexe com os ligamentos e nervos existentes no órgão genital e pode causar a perda da sensibilidade e dos estímulos nesse local.
Possíveis complicações da faloplastia
Esse tipo de procedimento é considerado complicado. Os especialistas precisam recriar um órgão sexual e, além disso, precisam lidar com os anseios e as expectativas dos pacientes. Devido a algumas complicações relacionadas à cirurgia, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) condena o uso da faloplastia para fins estéticos. Conheça quais são elas.
1. Sobrevivência dos tecidos
Atualmente a taxa de sobrevivência dos tecidos que são retirados do braço para a faloplastia está em 98%, mas esses 2% de insucessos são um problema do qual você deve estar ciente. É fundamental a sobrevivência dos tecidos para o sucesso da cirurgia.
Quando há perda mesmo que parcial, diversas complicações associadas podem surgir – exposição do implante, fístula uretral, infecção e trombose são capazes de levar à perda total do tecido.
2. Fístula uretral
Fístulas são ligações anormais entre dois órgãos, e normalmente causam uma incontinência urinária prolongada. Diversos estudos sugerem que o tipo de tecido utilizado na construção da uretra é determinante para definir o aparecimento dessa complicação.
3. Estreitamento da uretra
Do mesmo modo que a fístula uretral, o estreitamento da uretra é um problema bastante comum. As chances de aparecer estão relacionadas ao tipo de tecido utilizado na construção.
De acordo com um estudo publicado no European Urology, em 2007, a probabilidade da complicação é de apenas 2,56% quando utilizados tecidos apenas do radial do antebraço.
4. Rigidez do pênis
A construção de uma nova uretra que possibilite que o pênis tenha a rigidez necessária para relações sexuais é uma tarefa bastante complicada. Muitas vezes, os especialistas utilizam alguns implantes para deixar o novo órgão um pouco mais rígido.
No entanto, mesmo nesses casos o sucesso não é garantido. Conforme um levantamento publicado no BJU Internacional, em 2009, aproximadamente 30% desses implantes adicionais apresentam complicações que exigem sua retirada – as principais são infecções ou falha do implante.
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