Desconforto e dores abdominais, que aparecem normalmente após a ingestão de alimentos ricos em gordura, podem ser sintomas de cálculos biliares. Essa condição exige um procedimento chamado colecistectomia, que consiste na retirada da vesícula por meio de cirurgia – feita através de pequenos orifícios no abdômen, procedimento minimamente invasivo.
A vesícula é uma espécie de saco membranoso e funciona como reservatório de bile. “A bile é um tipo de detergente natural do nosso corpo, produzido pelo fígado para quebrar as moléculas de gordura e, assim, facilitar a digestão”, explica o médico João Couto Neto, membro titular da Sociedade Brasileira de Videocirurgia
Diante dessa função da vesícula, é comum que muitos se perguntem se com a colecistectomia a vesícula não irá fazer falta. Mas o médico garante que a ausência da vesícula não é prejudicial.
“A extração da vesícula biliar não ocasiona nenhum problema de digestão porque a bile segue sendo produzida pelo fígado e eliminada no intestino”, diz Couto Neto. A única diferença é que não será mais armazenada na vesícula biliar.
Como é feita a colecistectomia
De acordo com o Instituto Mineiro de Obesidade e Cirurgia (IMOC), esse é um procedimento relativamente comum e estima-se que apenas nos Estados Unidos, ele seja realizado mais de 700 mil vezes por ano.
A colecistectomia realizada pela técnica minimamente invasiva, através da chamada videolaparoscopia, é muito confortável de acordo com o médico. “Seus riscos são mínimos e bastante incomuns. Na maioria das vezes, o paciente tem alta no mesmo dia, usando analgésicos, e tem dieta liberada”, explica Couto Neto.
Em apenas três dias, o paciente que se submeteu à colecistectomia pode voltar às suas atividades normais e ao trabalho após 15 dias. Os esforços físicos são liberados para após um mês do procedimento. “Os resultados estéticos são excelentes”, garante o médico, ao ressaltar que as cicatrizes praticamente não são visíveis.
Conforme Couto Neto, há outros métodos alternativos dentro da laparoscopia no processo de retirada da vesícula biliar, como a minilaparoscopia e o “single Port”.
Pioneiro no Vale do Sinos (RS) nessas técnicas, ele explica que elas, além de serem minimamente invasivas, seguras e eficazes, desde que realizadas por profissional qualificado, garantem resultados estéticos e funcionais ainda melhores.
Riscos da colecistectomia são raros
Enquanto os riscos do procedimento são mínimos e raros, Couto Neto destaca o contrário: os perigos de não se retirar a vesícula que apresenta cálculos. Entre as maiores complicações, ele destaca a pancreatite, infecção da vesícula e migração do cálculo para via biliar.
Ele fala, ainda, da possibilidade da ocorrência de uma síndrome que surge após o procedimento cirúrgico. Segundo Couto Neto, estudos mostram que a maioria dessas condições é ocasionada por fatores extra biliares.
“Uma pequena porcentagem é provocada pela extração da vesícula e quando ocasionadas pelo procedimento, geralmente são passageiros”, diz ele. Entre os principais sintomas dessa síndrome, estão dor, dispepsia, estufamento e diarreia.
Outra dúvida para pacientes após a colecistectomia é em relação à alimentação. Não há problemas, segundo Couto Neto, e a vida segue normalmente. “Não há restrições alimentares, o paciente retoma sua alimentação normal de acordo com sua aceitação após a cirurgia”, comenta o especialista.
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