Para algumas pessoas, os exercícios abdominais tradicionais são a parte mais temida do treino. Embora façam suar e deem resultado, eles podem causar danos ao assoalho pélvico e aumento de pressão. No entanto, diferente deles, os abdominais hipopressivos prometem não apenas boa forma, mas também outros benefícios à saúde.
O que são abdominais hipopressivos
Ao contrário dos abdominais convencionais, os abdominais hipopressivos partem de uma técnica que combina a respiração e a postura. “Não é à toa que os praticantes de yoga e mergulho já conhecem técnicas semelhantes há tempos”, explica o professor André Estrela, da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da PUCRS.
A pessoa deve inspirar normalmente e quando soltar, “encolher” a barriga, tentando simular a sensação de encostar o umbigo nas costas, e manter a posição por alguns segundos. Aos poucos, é possível aumentar esse tempo. Depois deve encher o pulmão de ar mantendo a barriga para dentro e só então relaxar.
O professor explica que é feita uma hiperventilação para que a caixa torácica capte mais ar. Além de poupar movimentos com a coluna, a ginástica também promete melhora na postura, evita dor nas costas e melhora o funcionamento intestinal.
Existem várias posições para a realização dos abdominais hipopressivos. Segundo o educador físico não há posição errada, mas sim mais adequada a cada pessoa. Há posturas em pé, sentada, inclinada e até mesmo dentro da água e posições de yoga, mas é preciso avaliar cada caso para escolher a melhor postura e obter o maior ganho.
Cuidados com abdominais hipopressivos
Os abdominais hipopressivos são indicados para homens e mulheres, mas elas obtêm vantagens maiores. “O grupo feminino se beneficia mais, eles retiram a pressão da parede do abdômen e assoalho pélvico. Futuramente também evita incontinência urinária”, diz o professor.
O educador físico explica que nos últimos anos, a busca por saúde e não só por estética passou a crescer, entre outras razões, pelo aumento da expectativa de vida, que também levou os pesquisadores a descobrirem problemas que só mais tarde acontecem. Um exemplo foram problemas na bexiga decorrentes da prática dos abdominais convencionais.
E as academias recebem pessoas em diferentes idades e condições de saúde. “Muitos chegam cardiopatas, diabéticos ou com outros problemas”, relata. Aos poucos, novas técnicas surgem de acordo com essa nova demanda e os profissionais também vão precisando de atualização.
O professor alerta que nem todas as pessoas podem ter ganhos expressivos. Mas a tendência é a adesão ser cada vez maior, pois também beneficia quem tem problemas de pressão. “O abdominal normal também tende a fazer a pressão subir”, observa.
Para realizar corretamente os abdominais hipopressivos, a primeira dica é conhecer o próprio corpo, pois o instrutor pode indicar, mas não sentir se a execução está correta. A dica principal é controlar a respiração. “É preciso tentar tirar o máximo do ar para que aconteça a pressão negativa esperada no exercício”, finaliza o professor.
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