Estou me aprofundando no conhecimento de síndromes que tem repercussão bucal, causando problemas bucais muito sérios e que podem prejudicar muito o dia-a-dia do paciente com esse perfil de síndrome. Hoje vamos ter como exemplo a síndrome de Lesh Nyhan que acomete 1 em cada 380.000 pessoas, normalmente do sexo masculino. Essa síndrome rara e hereditária causa uma série de problemas no paciente e vários deles tem relação com a boca e se o dentista ou os familiares do paciente não souberem como agir, vai levar muito tempo até resolver os problemas e a doença vai provocar danos maiores e irreversíveis. Vamos conhecer melhor as síndromes que causam problemas bucais e entender a importância de ter esse conhecimento para poder agir rápido e com eficiência.
Em síndromes como a de Lesh Nyhan o paciente fica completamente dependente de sua família e dos profissionais que o cercam, ela pode ser confundida com a paralisia cerebral no início do caso, quando o paciente é apenas uma criança. Os problemas começam muito cedo, logo com os primeiros dentinhos. O paciente começa a se mutilar, mordendo lábios ou mesmo a língua e o dentista precisa saber o que fazer pois na maioria dos casos, é necessário arrancar todos os dentes do paciente, cirurgicamente. Entendo se tratar de uma conduta extremamente invasiva mas quando o profissional tem certeza da técnica e da indicação, poderá agir rápido, seja para realizar as exodontias ou para encaminhar para outro dentista especialista no assunto.
Se os dentes não forem arrancados a tempo, o paciente vai começar a ter ferimentos graves nos lábios, alguns mastigam e transformam a língua em um “picadinho de língua” e em casos mais avançados o paciente começa a se mutilar comendo os dedos da mão ou batendo a cabeça.
É claro que um paciente como esse não tem a menor possibilidade de realizar devidamente a sua higiene dental e o dentista é extremamente funcional no atendimento preventivo e no papel de ensinar os pais destes pacientes à realizar a higiene bucal da melhor forma possível e de acordo com as restrições que a doença trás.
Minha intenção com essa conversa de hoje é mais uma vez de chamar a atenção para as minorias. Pacientes com necessidades especiais que não tem acesso ao atendimento como deveriam. São vários os fatores ligados à falta de cuidados com esses pacientes e é certo que podemos ajudar a melhorar a vida dessas pessoas que já sofrem demais e precisam do máximo de paz possível.