Chegada dos médicos cubanos ao Brasil
Em maio, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, após uma reunião com o chanceler cubano, Bruno Rodriguez, anunciou a disposição em receber 6 mil médicos cubanos ao Brasil. Desde então, criou-se uma polêmica no país porque o governo brasileiro não só quer importar mão de obra qualificada no setor médico, mas também profissionais especializados como engenheiros por exemplo, e as entidades que representam as categorias não estão de acordo com a idéia.
No mês subsequente, milhares de brasileiros fizeram duras críticas ao governo em relação aos serviços públicos em escassez enquanto o mesmo gastava bilhões de reais com os eventos que acontecerão no país ( Copa do mundo e jogos olípicos ). Os protestos que levou milhões de brasileiros às ruas, pressionou o governo com melhorias no transporte, saúde, educação entre outros. O governo Dilma então propôs a criação do ” Pacto pela saúde ” que tinha como política central o ” Programa Mais Médico ” um incentivo de envio de médicos brasileiros e estrangeiros às periferias e interiores do país onde a população tem uma demanda muito grande de atendimento que é precário e as vezes nem mesmo existe.
Para dar andamento ao programa , o governo brasileiro fez uma convocatória para a seleção mas apenas 1.339 médicos sendo 1.096 diplomados no Brasil e 243 diplomados no exterior se cadastraram segundo o minitério da saúde. Em 21 de agosto o ministério da saúde assinou um termo de cooperação para importar 4000 médicos estrangeiros, em particular de Cuba. No dia 30 de setembro 682 médicos estrangeiros desembarcaram no Brasil sendo 400 deles cubanos.
De um lado, o governo e seus simpatizantes defendem que o projeto é uma solução plausível e necessária para melhorar aliviar o Sistema Único de Saúde (SUS). Eles alegam que isso só é possível com a presença de médicos por todo o país, inclusive nas regiões mais remotas e pobres. E que, se não houver brasileiros dispostos a ocuparem esses cargos, uma solução é que venham os médicos de fora.
No extremo oposto, associações médicas e boa parte das universidades de medicina do Brasil reagiram negativamente ao Mais Médicos, criticando sobretudo a importação de profissionais estrangeiros. Eles afirmam que a medida é paliativa, ineficaz e abre uma brecha para atuação de profissionais cuja formação não foi endossada pelos órgãos competentes no Brasil. Eles afirmam ainda que se o governo brasileiro tem a verdadeira intenção de ter médicos no SUS, a solução é simples: investimento em infra-estrutura, concurso público com contratação por RJU (Regime Jurídico Único) e a implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários – PCCS do SUS – com salários justos, estabilidade no emprego e estímulo à qualificação permanente. Para médicos e para todos os profissionais de saúde. Esta é uma reivindicação antiga do conjunto de trabalhadores da saúde pública que em nada avançou nos dez anos de governo do PT.