Salgadinhos, hambúrgueres e bebidas com açúcar. Apesar de não ser muito saudável, esse é um cardápio cada vez mais em alta entre os adolescentes.
A constatação vem de dados publicados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde, divulgados durante o Dia Mundial da Alimentação, em 16 de outubro.
O relatório é o resultado do acompanhamento nutricional com pessoas de todas as idades que usam o Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. E os números são alarmantes.
Por exemplo: 66% dos adolescentes consomem bebidas adoçadas (como sucos artificiais e refrigerantes), 42% deles comem hambúrgueres ou embutidos (salsichas, presunto, salame etc.) e 55% consomem macarrão instantâneo, salgadinhos ou biscoitos salgados. Para piorar, 67% deles fazem suas refeições assistindo à televisão.
Uma combinação perigosa
Esse comportamento se reflete no percentual de adolescentes com sobrepeso. Para descobrir quem está ou não acima do peso, os pesquisadores do Ministério da Saúde utilizam o IMC (Índice de Massa Corporal, obtido pela divisão do peso pela altura elevada ao quadrado) de quem participa do acompanhamento.
Um IMC entre 25 e 30 indica sobrepeso, e acima de 30, obesidade. De acordo com o relatório, 17,7% dos adolescentes brasileiros têm sobrepeso. Os obesos representam 6,7%. O problema de estar assim é que esses adolescentes têm uma chance muito maior de virarem adultos obesos no futuro.
Por outro lado, somente 4% dos adolescentes são considerados magros ou com magreza acentuada.
Os números pelo país
Analisados pelas regiões do Brasil, no Centro-Oeste o percentual de adolescentes com sobrepeso é ligeiramente maior do que a média brasileira: 18,7%. Mas é na Sudeste que se concentram os que já estão obesos: 8,3%.
Entre os adultos, os que estão na faixa do sobrepeso se destacam na região Norte, com 35,1% dos casos. Os obesos aparecem em maior número no Sudeste, com 29,6%.
Sobrepeso em alta
A quantidade de pessoas que se tornam obesas ou têm sobrepeso vem aumentando ao longo dos anos. Segundo o relatório, havia 42,4% de homens com excesso de peso no período de 2002-2003. Já em 2013, esse percentual havia subido para 57,3%.
As mulheres não ficaram atrás – e os números são ainda maiores. No mesmo período, foi de 42,1% foi para 59,8%. A quantidade de obesas também cresceu de 14% para 25,2%.
Mesmo assim, este fenômeno não é exclusivo do Brasil. O aumento da obesidade é algo que acontece em todo o mundo. É “um dos problemas prioritários de saúde pública da atualidade, tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento”, explica o relatório.