Você sabia que existe relação entre alimentação e gases? Mais do que isso: é possível diminuir seus efeitos, comendo os alimentos certos. Os gases se acumulam no final da região do intestino e são liberados de forma voluntária ou não. Podem causar grande desconforto devido à distensão abdominal e gerar até certo constrangimento social.
Esta relação entre alimentação e gases começa pelos carboidratos, já que a maioria dos alimentos que contêm estas biomoléculas causa gases. A rafinose, por exemplo, está presente nos feijões e em outras leguminosas e, por não ser bem digerida, favorece a fermentação. Também causam gases os alimentos crucíferos (como brócolis, repolho, couve e couve-flor), que contém enxofre.
O açúcar natural do leite e de seus derivados, chamado de lactose, é outro que gera gases intestinais, principalmente nas pessoas que não produzem a quantidade adequada de lactase, a enzima que digere a lactose. A frutose e o sorbitol, açúcares presentes nas frutas, também podem ocasionar gases.
A relação entre alimentação e gases vai além. Comer batatas, milho, massas e trigo também influencia no problema. O amido contém resíduos que não são absorvidos e vão para o intestino grosso, onde são fermentados pelas bactérias. Por sua vez, a carne vermelha tem uma digestão muito demorada, que dura de 48 a 72 horas. Com isso, há maior ação das bactérias no intestino grosso. Além disso, muitas proteínas são compostas por aminoácidos com enxofre.
As fibras são ótimas para manter uma alimentação equilibrada, no entanto principalmente as solúveis (feijões, ervilhas, aveia e presente nas frutas) podem ocasionar gases.
Controle da alimentação e gases
Apesar de existir a relação entre alimentação e gases, o problema varia de pessoa para pessoa e conforme a quantidade de bactérias benéficas e patogênicas presentes no intestino. Dessa forma, a melhor maneira de evitar a flatulência é mudando a alimentação para equilibrar a flora intestinal. Para isso, é preciso seguir algumas orientações, conforme listamos abaixo:
– Coma alimentos com frutooligossacarídeos (chicória, alho, cebola, alcachofra, aspargos, tomate banana e em outros vegetais). Eles promovem o crescimento das bactérias não patogênicas, evitando também constipações leves;
– Reponha lactobacilos (iogurtes e leites fermentados) para colonizar beneficamente o intestino. Um nutricionista poderá orientar sobre o uso de cápsulas, já que a quantidade presente em iogurtes e leites fermentados pode não ser suficiente;
– Diminua a ingestão de gorduras ruins (alimentos industrializados, fritura, carnes gordurosas e embutidos) e o excesso proteínas (carnes, aves, queijos e outros derivados de animal), facilitando a digestão;
– Reduza a ingestão de açúcar refinado. Ao ser mal digerido, ele gera fermentação no intestino e favorece o crescimento das bactérias patogênicas e fungos;
– Inclua ervas (erva doce, endro, canela e cominho) na dieta. Ajuda a prevenir e aliviar a flatulência, relaxando o aparelho digestivo;
– Coma abacaxi e mamão após as refeições. Eles atuam na digestão das proteínas das carnes, pois possuem enzimas (bromalina e papaína) que auxiliam no processo;
– Coma tranquilamente e mastigue bem os alimentos. Fazer as refeições às pressas atrapalha a digestão e o bolo alimentar pode chegar ao intestino sem estar digerido adequadamente;
– Evite bebidas com gás e cerveja;
– Aumente a ingestão de água ao comer fibras. Isso irá acelerar o trânsito intestinal;
– Pratique atividades físicas. Uma simples caminhada já ajuda no funcionamento do intestino e faz você enfrentar melhor esta relação entre alimentação e gases.
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