É conhecida como Síndrome de Dressler uma inflamação que acomete o tecido que envolve o coração (pericárdio), podendo se manifestar em cerca de duas a quatro semanas após a ocorrência de um infarto.
Conforme a ciência médica, acredita-se que se trate de uma patologia autoimune, resultante de uma reação anormal do sistema imunológico do corpo humano, o qual lança anticorpos em reposta a uma lesão. Esta avaria pode ser resultado de um ataque cardíaco, de uma lesão traumática ou mesmo pode surgir em consequência de uma cirurgia cardíaca.
A Síndrome de Dressler também pode ocasionar a inflamação da membrana que envolve os pulmões, de forma a ocasionar o acúmulo de líquido no órgão. Com as recentes melhorias no tratamento de ataque cardíaco, a Síndrome de Dressler tem incidência menor do que anteriormente era registrado. No entanto, uma vez que o paciente teve esta condição, ele não está livre de o quadro voltar a se manifestar em seu organismo.
Sintomas da Síndrome de Dressler
A Síndrome de Dressler também pode ser chamada de pós-pericardiotomia, síndrome pós-infarto do miocárdio e síndrome pós-lesão cardíaca. Esta doença apresenta uma série de sintomas comuns a outras patologias cardíacas. Por isso, nem sempre identificar a sua ocorrência é tarefa fácil.
Entre os sinais indicativos da patologia, pode ser citada a dor no peito, parecida com a dor ocasionada pelo infarto, mas que piora com a respiração, além da dificuldade respiratória, de fadiga, de febre e de mal-estar em geral.
O diagnóstico da Síndrome de Dressler é realizado com base no histórico e quadro clínico do paciente, juntamente com exames e testes, incluindo procedimentos como o eletrocardiograma, o ecocardiograma e, se necessário, um raio-X do tórax e exames de sangue.
Já para o tratamento desta doença, geralmente, o uso de medicamentos anti-inflamatórios é receitado pelo médico. Além deste tipo de fármaco, os corticóides se mostram necessários para diminuir os sintomas da doença.
Este tratamento se completa após uma a quatro semanas, mas pode não ser definitivo. Caso o procedimento inicial não seja eficaz e o médico identifique a presença de um derrame no tecido do coração, de forma a comprometer o funcionamento cardiopulmonar do paciente, é recomendada a realização de cirurgia.
Possíveis complicações
Embora raras, podem estar presentes duas complicações na Síndrome de Dressler: o tamponamento cardíaco e a pericardite constritiva. No primeiro caso, pode ocorrer um derrame pericárdico, resultando em um esforço a mais por parte do coração (devido à pressão sobre este órgão), reduzindo a sua capacidade de bombear sangue com eficiência para o organismo.
A segunda complicação surge quando a inflamação recorrente ou crônica do pericárdio deixa-o espesso ou com cicatrizes. Esta condição também faz com que o coração trabalhe mais intensamente e com menor eficiência.
As possíveis complicações devem ser tratadas, quando presentes, devendo ser realizada a drenagem do excesso de fluídos. Caso se identifique o comprometimento do tecido que envolve o coração, deve ser feita sua remoção – em procedimento chamado de pericadiectomia.
Geralmente, o coração é capaz de funcionar normalmente sem o pericárdio. A Síndrome de Dressler é uma doença que costuma ser autolimitada, com baixas taxas de complicações graves, porém, se diagnosticada, ela deve ser tratada com urgência.
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