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Acarbose: medicamentos para o tratamento do diabetes tipo 2

Por Dr. Mateus Dornelles Severo 20/05/2014

O fato de que para cada tipo de diabetes existe um tratamento específico torna importante um conhecimento mais aprofundado sobre cada caso. Entenca como funciona o tratamento com a acarbose.

 

acarbose

 

A acarbose é o único representante da classe dos inibidores da alfa-glucosidase disponível no mercado brasileiro. Esses medicamentos foram extensivamente estudados na Europa e no Japão e estão disponíveis para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2, inclusive nos Estados Unidos.

O efeito inibidor da acarbose é exercido sobre a enzima intestinal responsável por digerir os carboidratos complexos em monossacarídeos. Sem essa digestão, não conseguimos absorver prontamente os açúcares, evitando que a glicose no sangue não tenha picos, principalmente após as refeições.

Várias pesquisas evidenciam a eficácia da acarbose no tratamento do diabetes. Nos diferentes estudos, tanto a glicemia em jejum, quanto a pós-alimentação e a hemoglobina glicada foram menores nos participantes que fizeram uso da acarbose, sem hipoglicemias ou aumento de peso.

 

Prós e contras da acarbose

 

Apesar de não ser um medicamento potente na redução da glicose, a acarbose possui uma característica que apenas a metformina também compartilha: foi capaz de reduzir a incidência de eventos cardiovasculares, principalmente infarto do miocárdio, em 49%. Outra vantagem deste medicamento é o custo relativamente baixo, quando comparado a outros medicamentos para tratamento do diabetes.

Mas se a acarbose reúne custo acessível, segurança e eficácia, por que é pouco prescrita? Dois motivos podem explicar essa situação. Em alguns estudos com acarbose, a dose utilizada foi o dobro da dose máxima efetiva. Para o mesmo efeito farmacológico, houve mais efeitos adversos, principalmente flatulência e desconforto abdominal.

Isso criou a cultura de que a acarbose é um medicamento com baixa tolerabilidade, o que não é verdade quando usamos a dose correta. O segundo e possivelmente o principal motivo é a grande pressão da indústria farmacêutica sobre os médicos para que sejam prescritos medicamentos mais novos, que nem sempre são melhores.

 

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