Você sabe o que é e o que provoca o bisfenol A? Pois a França pediu em 2013, depois de pesquisas da Agência Francesa para a Segurança Alimentar (ANSES), à União Europeia, um reforço no controle sobre essa substância, que está presente em vasilhas plásticas e latas de conservas – muito consumidas pela população.
O bisfenol A (BPA) é um monômero de plástico policarbonato, composto químico usado na fabricação de plásticos rígidos e transparentes. Está presente em recipientes de alimentos e bebidas e pode ser encontrado no revestimento interno de enlatados, garrafas reutilizáveis de água (do tipo squeeze) e garrafões de água mineral.
No estudo, a agência francesa confirmou os efeitos potencialmente nocivos desse produto presente em muitos artigos de uso cotidiano e alertou para os riscos de exposição de mulheres grávidas a esse ele.
Efeitos do bisfenol A
O BPA é um desregulador endócrino, uma substância química parecida com um hormônio, que altera o sistema endócrino humano. Essa substância exerce efeitos que resultam em mudanças de comportamento, alteração do crescimento infantil e maturação sexual precoce.
Os efeitos à exposição do bisfenol A incluem alterações no desenvolvimento da próstata e da glândula mamária; alterações no útero e ovário; alterações de comportamento, como hiperatividade e aumento de agressividade; alterações no comportamento sexual; aumento da suscetibilidade ao vício de drogas, entre outros.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) limita o uso da substância em 0,6 mg para cada quilo de embalagem. A União Europeia e Estados Unidos já proibiram a fabricação de mamadeiras com o bisfenol A. Entretanto, ainda não há um consenso sobre o uso desse composto.
Pesquisa da França sobre bisfenol A
Após a pesquisa feita em animais, a agência francesa recomendou especialmente às mulheres grávidas que evitem consumir alimentos enlatados, devido aos riscos para o feto.
A ANSES também sugeriu às mulheres grávidas que evitem beber água de garrafões de policarbonato, que são encontrados em muitos escritórios, uma vez que seriam uma importante fonte de exposição à substância. Entretanto, quem não é gestante também deve evitar se expor a essa substância.
No ano de 2012, o parlamento francês aprovou a proibição do bisfenol A em todas as embalagens de alimentos a partir de 2014, e já em 2013 para os produtos destinados a crianças menores de 3 anos.
Essa medida, segundo o parlamento, deve reduzir o risco de ingestão de alimentos contaminados com essa substância química de origem industrial.
No ano de 2011, a ANSES já havia advertido para os riscos do BPA, e sugerido a substituição dessa substância química sempre que possível, com finalidade de prevenção.
No ano de 2013, a agência já levava em conta as exposições à substância pela alimentação, pelo ar e por contato cutâneo.
Com base nos estudos da agência francesa, e levando em conta os níveis de exposição, a conclusão foi de que há um risco potencial para crianças, filhas de mulheres grávidas expostas ao composto.
A agência destacou ainda que a as pessoas se expõem a esse produto em 80% dos casos, por meio da alimentação, sobretudo em latas de conserva de alimentos, que costumam conter um revestimento interno com BPA.