Você sabe o que é enurese noturna? Urinar na cama é comum para várias crianças. Mas é preciso observar quando fazer xixi durante o sono se torna algo corriqueiro.
A medicina indica que, a partir dos cinco anos de idade para as meninas e seis anos para os meninos, é considerado anormal urinar na cama mais do que duas vezes por mês. Provavelmente, então, a criança carrega o diagnóstico de enurese noturna, um distúrbio do sono que se caracteriza pela micção involuntária.
Estima-se que a enurese noturna acomete cerca de 15% das crianças por volta dos cinco anos; 7%, aos 10 anos e 3% aos 12 anos, sendo maior a incidência nos meninos do que nas meninas. Apesar de ser mais comum na infância, cerca de 2% a 3% dos jovens e adultos podem sofrer do problema.
O que causa enurese noturna?
É difícil saber a causa exata da enurese noturna. Vários fatores, físicos e emocionais, podem contribuir para os sintomas. Primeiramente, há o fator da incidência familiar: se um dos pais foi enurético, a chance do filho apresentar o distúrbio é de cerca de 40%.
Há também possíveis causas fisiopatológicas, como o atraso da maturidade vesical, a produção inadequada de hormônio antidiurético durante a noite e o sono muito profundo.
É importante destacar que a enurese noturna é dividida em duas fases: a primária e a secundária. Na primária, a criança passa dos cinco anos sem nunca ter apresentado controle sobre a urina. Já na secundária, a criança geralmente apresenta um período (cerca de seis meses) de controle e, de repente, volta a fazer xixi na cama.
A secundária está associada, comumente, a fatores emocionais. Nesse caso, eventos estressantes para a criança, como mudar de escola, ganhar um irmão(a) ou mesmo a separação dos pais podem estar causando o problema. Entretanto, segundo informações da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, somente 10% dos casos são emocionais.
Tratamento para enurese noturna
É de extrema importância, para crianças e adultos que sofrem do problema, identificar a causa exata do problema. Esse é o primeiro passo para o tratamento, definitivo para conservar a autoestima de quem sofre do distúrbio, visto que ele geralmente causa vergonha, ansiedade e culpa.
Instituir mudanças nos hábitos de vida é necessário. De acordo com blog do Dr. Drauzio Varella, os pais devem incentivar a criança a ir ao banheiro, mesmo que ela não esteja sentindo vontade.
Limitar a quantidade de líquidos ingeridos à noite também pode ajudar. A fisioterapia auxilia no fortalecimento dos músculos da bexiga e, dependendo do caso, o médico pode recomendar medicamentos. Se os fatores ligados à micção involuntária forem de cunho emocional, a terapia é a alternativa mais eficaz.
Dicas rápidas para o problema
1. Beber água nos horários certos
Incentivar a criança a beber bastante água durante o dia, para que o cérebro reconheça a sensação de bexiga cheia. À noite, evitar qualquer tipo de líquido.
2. Ir ao banheiro com frequência
Fazer xixi deve ser o último compromisso da criança antes de ir para cama e o primeiro quando ela levantar.
3. Não culpe seu filho
É preciso ter em mente que ninguém faz xixi na cama porque quer. Xingar ou culpar a criança pode piorar ainda mais a situação.
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