A estenose mitral é um problema sério, que pode ser diagnosticado com a ausculta do coração e dos pulmões. Os sintomas em crianças com até 2 anos de idade incluem tosse e dificuldade de respiração.
Para entender a estenose mitral, é importante lembrar que a válvula mitral tem como função separar as câmaras superior e inferior do lado esquerdo do coração. Ela abre para que o sangue possa fluir da câmara superior do coração para a câmara inferior. Depois, a válvula se fecha, impedindo que o sangue reflua.
Em casos de estenose mitral, a válvula não consegue abrir o suficiente e, dessa forma, menos sangue flui para o corpo. A câmara superior do coração incha na medida em que acumula pressão. Assim, o sangue e o fluido podem acumular no tecido pulmonar, dificultando a respiração.
Ocorrências de tosse e de falta de ar são sintomas da estenose mitral. Foto: Shutterstock
A estenose mitral é mais comum em adultos que tiveram febre reumática, uma doença que pode se desenvolver após infecções da garganta por estreptococo ou escarlatina. Em geral, o problema se desenvolve em cinco a dez anos depois do episódio de febre reumática. Entretanto, os sintomas podem não se manifestar logo. Além disso, crianças podem nascer com estenose mitral (congênita) ou outros defeitos no coração que levam-nas a desenvolver a patologia.
Sintomas da estenose mitral
Em bebês e crianças, os sintomas da estenose mitral podem estar presentes desde o nascimento e, quase sempre, se desenvolvem nos dois primeiros anos de vida. Esses sintomas incluem tosse, alimentar-se mal ou transpirar durante a alimentação, crescimento deficiente e falta de ar.
Já em adultos, os sintomas podem ser percebidos apenas quando o indivíduo realiza alguma atividade que eleve a frequência cardíaca. Esses sintomas podem começar com um episódio de fibrilação atrial e podem incluir, ainda, desconforto no tórax que irradia para o braço, pescoço, mandíbula ou outras áreas, sensação de aperto, tosse sanguinolenta, dificuldade para respirar durante ou após o exercício ou ao deitar-se em uma superfície plana, fadiga, infecções respiratórias frequentes, palpitações e inchaço dos pés ou tornozelos.
Diagnóstico
Para realizar o diagnóstico da estenose mitral, o médico ausculta o coração e os pulmões. Ele poderá ouvir um sopro, estalido ou outro som diferente e anormal durante a fase de repouso do batimento cardíaco. O exame também pode revelar uma frequência cardíaca irregular ou congestão pulmonar.
Também auxiliam no diagnóstico os seguintes exames: raio-X do tórax, tomografia computadorizada do coração, ecocardiograma, eletrocardiograma, ressonância magnética do coração e ecocardiograma transesofágico. O resultado pode variar – o distúrbio pode ser moderado e sem sintomas ou pode ser mais grave e, até, incapacitante.
Tratamento
O tratamento da estenose mitral depende dos sintomas e da condição do coração e dos pulmões. Pacientes com sintomas moderados ou sem sintomas podem não necessitar de tratamento. Por outro lado, aqueles que apresentam sintomas graves devem ser encaminhados ao hospital.
Alguns medicamentos são utilizados para tratar os sintomas da insuficiência cardíaca ou ritmos cardíacos anormais e pressão sanguínea alta, bem como para evitar coágulos sanguíneos. Esses medicamentos incluem diuréticos, nitratos, betabloqueadores, bloqueadores de canal de cálcio, inibidores de ACE, bloqueadores do receptor de angiotensina ou digoxina e anticoagulantes. Antibióticos também podem ser receitados pelo médico, dependendo do caso.
Alguns pacientes podem ter que se submeter a procedimentos cardiológicos. A valvuloplastia pode ser uma opção para pessoas com a válvula mitral menos danificada. Já em casos de maior gravidade, é necessário reparar ou substituir a válvula mitral.
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