É comum vermos histórias de empresas familiares que se iniciam com o sonho de um casal. Juntos, os parceiros no amor também se tornam sócios. Mas sabemos que muitos relacionamentos acabam, mas os negócios permanecem. E agora, como manter o profissionalismo e trabalhar com o ex-parceiro?
Atualmente, existe um artigo do Código Civil 977 que faculta aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou na separação obrigatória, ou que nessas situações mude o regime de casamento, já prevendo que esse tipo de situação possa vir a ocorrer.
A terapia é uma alternativa para evitar conflitos emocionais nos negócios com o ex-parceiro. Foto: iStock
Trabalhar com o ex-parceiro pode ser desafiador
Na maior parte das vezes, a separação envolve algum tipo de sofrimento, cria desafetos ou ainda vem seguida por indisposição para conviver ou trabalhar com o ex-parceiro, como afirma a psicóloga organizacional Aline de Negri.
Bom, e quando se tem um negócio, um bom negócio que deu certo e decidem se separar? “Quando casais ou parceiros perdem o encantamento um pelo outro, ao gerir um negócio juntos – até mesmo pelo desgaste devido ao convívio contínuo – normalmente os resultados não são bons em termos pessoais”, considera Aline.
Segundo ela, há pessoas que conseguem ter a capacidade de separar a relação dos negócios e outras que não, que optam por um comprar a parte do outro ou ainda separar a sociedade. “Mas se optarem por seguir trabalhando em parceria, existirão grandes desafios pela frente”, afirma a psicóloga.
Entre esses desafios, ela destaca o inevitável desgaste. Mas Aline não se refere ao desgaste profissional, pois chegará o tempo em que ambos vão conhecer novas pessoas e essas novas relações não chegarão de forma tranquila.
Pode ocorrer de os dois acabarem trazendo à tona mágoas ou situações pessoais em ambiente profissional. Assim, trabalhar com o ex-parceiro pode se tornar doloroso e desgastante demais.
Por isso, é importante priorizar o negócio, focar no cliente ou em quem é atendido pela empresa. “O cliente precisa resolver sua demanda e não tem tempo para esperar uma crise de casal que deixou de ser casal”, afirma Aline .
Como tirar proveito em trabalhar com o ex-parceiro
Além disso, trabalhar com o ex-parceiro pode ter ainda outros desdobramentos pouco agradáveis. Se ambos tiverem espírito empreendedor e permanecerem apenas trabalhando como aliados, pode haver uma espécie de “disputa” emocional para demonstrar quem é mais capaz de gerir os negócios.
Assim, em casos de fim de relacionamento e de ter de trabalhar com o ex-parceiro, a terapia pode ser muito útil.
“Entre uma das minhas experiências de trabalho ao longo de minha jornada como psicóloga, tive a oportunidade de trabalhar com casos de divórcios com filhos, com ou sem sociedades de trabalho.E o papel principal do psicólogo é mais de um mediador de conflitos e de terapeuta familiar”, considera Aline.
De acordo com a psicóloga, haverá perdas afetivas e de habilidades de parceria para negócios no caso de uma separação efetiva. Mas há casos em que uma mediação de conflitos ou terapia de família faz com que as relações familiares possam se restabelecer e a empresa voltar a ter ex companheiros como sócios novamente.
“É possível resolver inclusive vínculos afetivos, fortalecendo tanto a vida pessoal quanto aos negócios, pois ambos passam a ter outro olhar frente a características que antes não haviam parado para refletir, pensar ou enxergar um no outro”, afirma Aline.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!
É fã do Doutíssima? Acompanhe o nosso conteúdo pelo Instagram!
