Urologista explica como acontece o tratamento do câncer de próstata com medicamentos

As células da próstata dependem da existência de um hormônio chamado testosterona para o seu crescimento, funcionamento e proliferação. Se as células da próstata se tornarem malignas, a ação da testosterona será a mesma, perniciosa, fazendo com que o tumor cresça.

O principal órgão do corpo humano produtor de testosterona são os testículos e o que estimula essa produção é a glândula hipófise, com os seus hormônios.

A investigação que tem acontecido ao longo dos anos permitiu a descoberta de formas eficazes de eliminar a produção de testosterona pelos testículos, de bloquear a ação da testosterona nas células da próstata e de interferir no funcionamento da hipófise, de forma a evitar a ação dos seus hormônios sobre a produção de testosterona.

Tratamento do câncer de próstata com medicamentos

Por meio de medicamentos, é possível chegar a esses resultados, mas nem todos os pacientes em tratamento do câncer de próstata podem submeter-se aos cuidados com remédios. De uma maneira geral, os homens que tenham um diagnóstico de metástase, ou seja, de câncer disseminado, são os que têm mais indicação.

Existe também a possibilidade de realizar uma cirurgia para remoção dos testículos, o tecido produtor de testosterona. Essa castração cirúrgica é a forma mais rápida de fazer desaparecer a testosterona da circulação sanguínea, e passadas doze horas após a operação já se atinge esse efeito.

Porém, esse tipo de tratamento do câncer de próstata pode ter repercussões psicológicas importantes, uma vez que a cirurgia não é reversível, depois de removido o tecido testicular produtor de testosterona.

Essa irreversibilidade é um fator importante, porque atualmente existem muitas pessoas em tratamento do câncer de próstata com medicamentos, cuja administração pode ser interrompida em qualquer fase do processo de cura, fazendo assim desaparecer os efeitos secundários resultantes da falta de testosterona.

Há muitos medicamentos que podem utilizados para o tratamento do câncer de próstata: alguns, sob a forma de comprimidos, outros, injetáveis no organismo da pessoa. Estes últimos existem em formulações de liberação prolongada. Na prática, administra-se uma injeção que permite colocar o remédio debaixo da pele. Ao longo de um, três ou seis meses, esse tipo de fármaco vai sendo libertado na corrente sanguínea.

Entretanto, também existem alguns efeitos secundários que resultam desse tipo de tratamento do câncer de próstata, como a perda de desejo sexual e disfunção erétil, afrontamentos (“hot flashes”), problemas ósseos, obesidade, alterações dos níveis de gorduras no sangue, diabetes e doenças cardiovasculares.

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