Uma doença que já foi tida como sentença de morte hoje é passível de cuidados terapêuticos graças ao progresso da medicina. Com o desenvolvimento de alguns medicamentos, o tratamento da AIDS, epidemia que matou mais de 25 milhões de pessoas segundo a Organização Mundial da Saúde, se tornou uma realidade.
A patologia, que destrói o sistema imunológico, foi descoberta no início da década de 1980. Inicialmente, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida era associada a homens gays, pois havia uma prevalência do contágio entre homossexuais.
Contudo, ainda nos primeiros anos daquele período, foi observado que a moléstia também podia afetar as mulheres, sendo que a incidência entre elas tem aumentado nos últimos anos.
História da detecção e do tratamento da AIDS
Depois de identificar as formas de transmissão, enquanto se buscava uma forma de tratamento da AIDS, o mundo viu-se envolvido em campanhas de prevenção – foi quando o uso da camisinha e o emprego de seringas descartáveis passaram a ser incessantemente difundidos.
Na mesma época, a medicina anunciava seus primeiros avanços no combate à doença, como a criação do primeiro teste de detecção, o Elisa (Ensaio Imunoenzimático), capaz de sinalizar a existência do vírus HIV antes mesmo que ele se manifestasse.
Em 1985, já se tinha conhecimento de que o microorganismo que desencadeia a extinção da estrutura imune podia permanecer em estado de latência (espaço de tempo em que o paciente incuba o vírus sem demonstrar sintomas) por três a 10 anos.
Mas o maior salto científico no tratamento da AIDS aconteceu mesmo em 1987, com o anúncio da primeira droga de combate à progressão da patologia: o AZT.
O remédio, adotado até os dias atuais, foi descrito como eficaz por bloquear o mecanismo que faz com que o RNA do vírus seja convertido em DNA, impedindo, portanto, que ele se assimile ao código genético do doente.
Na sequência, em 1994, cientistas descobriram que o uso de um coquetel de drogas era capaz de evitar a transmissão vertical, mais uma tentativa de adiantamento no tratamento da AIDS. Com o achado, os pesquisadores reduziram as chances de contaminação de bebês pelas mães soropositivas, que até então era de 25%, para 8%.
Pesquisas fizeram o tratamento da AIDS evoluir
Entre 1995 e 1996 o mundo observou o aparecimento de medicações mais potentes para o tratamento da AIDS. Hoje, com o coquetel que inclui fármacos como AZT (Zidovudina); DDI (Didanosina); DDC (Zalcitabina); 3 TC (Lamivudina) e D4T (Estavudina), um paciente vive até 15 anos mais que em 1980.
Ainda que não tenha sido encontrada a cura para a AIDS, os investimentos em pesquisas focadas à questão são significativos, o que dá mais esperança aos doentes. A indústria biofarmacêutica americana anunciou recentemente que possui 44 medicamentos, entre pílulas, vacinas, e testes celulares e gênicos em estudo.
Mesmo assim, não são só os Estados Unidos que estão empenhados em desenvolver o meio que acabará com a AIDS. Diversos países tentam contribuir com investigações para dar fim à epidemia. A dificuldade em se descobrir a solução definitiva para a doença está na alta capacidade de mutação do vírus.